The Adventures of Elliot: The Millennium Tales - Uma potencial pérola com arestas por limar
- por Pedro Gomes
- 8 de agosto, 2025
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Se o contexto de um RPG 2D-HD já não é novidade para muitos, graças a títulos como Octopath Traveler e Live a Live, o que é certo é que The Adventures of Elliot: The Millennium Tales traz algo novo à mesa, optando por introduzir um estilo de combate em tempo real, ao invés do habitual combate por turnos que domina a categoria. Num género no qual a Square Enix tem um bom historial, fica mais uma vez nas mãos do estúdio Team Asano a produção de algo com qualidade. Com bagagem da franquia Octopath Traveler, outros títulos neste género, e Bravely Default, não será necessário dizer que temos mãos bem competentes a moldar o futuro deste título, mas resta saber se este será mais um tesouro à nossa espera ou um dos poucos falhanços destes criadores.
Num enredo que se desenrola no fantástico mundo de Philabieldia, tomamos rédeas do titular Elliot, o nosso protagonista, e a sua fada companheira, Faie. Partindo numa missão em nome do reino de Huther, a última muralha resistente neste mundo recheado de monstros e outras criaturas violentas, deixamos o nosso conforto e segurança habitual para explorar umas ruínas bem perto das muralhas que nos protegem. Viajando por uma boa variedade de inimigos desde sapos que usam notas musicais até caracóis de vários elementos, o nosso objetivo são umas ruínas misteriosas, só que o que não sabíamos, era que no fim das mesmas, iríamos deparar-nos com um misterioso portal, o Doorway of Time, que nos levará numa épica aventura... Algo que está guardado para o jogo completo.
Sobre The Adventures of Elliot: The Millennium Tales
Data de lançamento: 2026
Preço: ainda não revelado
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X | S e Switch 2
Género: RPG
Com uma cidade bem realizada que servirá como base de operações sempre que quisermos, uma floresta labiríntica repleta de inimigos, masmorras perigosas e loot para encontrar, a secção do mundo disponível na demo está carregada de conteúdo. Também disponíveis pelo mundo estão uns desafios inspirados nos Shrines do Zelda, colocando pela nossa frente puzzles que visam várias mecânicas disponíveis, como os poderes que Faie tem ao seu dispor: uma técnica de Warp que desloca Elliot até à sua localização, ultrapassando buracos sem fundo, e um speed-up que nos deixa correr sobre terrenos quebradiços que não aguentam o nosso peso. Certamente ao longo da nossa jornada encontraremos mais tipos de atividades do género, espero que acrescentem mais variedade e dificuldade.
Imagem capturada por geekinout.pt
Por falar em Faie, aqui reside a minha parte mais detestada da demonstração. A nossa fada companheira não se cala, repetindo vezes e mais vezes as mesmas linhas que só servem para preencher o silêncio. Mesmo as que se aplicam a alguma ação com o mundo, como dar loot a baús ou eliminando mobs, acabam por ser chatas após ouvir as primeiras dez vezes. Espero que haja uma opção de reduzir ou desligar estes tipos de fala, sob o risco de me obrigar a ter que jogar sem som. A personagem é útil e não apenas uma presença inconsequente, mas por favor, alguém lhe diga que não tem que falar só porque sim a cada 10 segundos!
Outra área menos positiva que tenho de mencionar é o facto de o mundo ser bastante genérico, não havendo grande distinção em relação a tantos outros títulos dentro do mesmo estilo de jogo. Ainda que o elemento mais misterioso e que possivelmente vá conter algo que diferencie este RPG dos restantes seja o Doorway of Time, este será um aspeto só divulgado na experiência completa. Alegadamente, este portal vai mover-nos entre o tempo e universos, podendo esconder um verdadeiro tesouro... Mas só o tempo dirá se a originalidade vai estar presente ou não.
Voltando a uma nota mais positiva, o combate é um ponto agradável em Adventures of Elliot. Este não é extremamente complexo nem detalhado, mas resulta bem, oferecendo ao jogador ataques básicos, 3 tipos de armas disponíveis, para já que consistiam de uma espada, arco e flecha e bombas demolidoras e também um escudo. Com este escudo, podemos optar por segurar o botão sem critério e proteger-nos de dano enquanto a energia aguentar, ou temos a opção de bloquear perfeitamente o ataque. Ao fazer isto protegemo-nos de forma total das ofensivas inimigas, não gastamos a energia do escudo e, dependendo da situação, devolvemos o ataque de volta à procedência ou infligimos stun ao oponente. Este sistema é simples, mas eficaz, ainda que grande parte dos inimigos iniciais não deixem demonstrar o nível de perícia envolvido, apenas oferecendo um maior desafio através do boss final da demonstração, sendo este um pouco mais exigente.
Imagem capturada por geekinout.pt
Existem mais mecânicas como as combinações de Magicite, deixando-nos misturar estes itens espalhados pelo mundo fora e que dão acesso a pequenos ou grandes buffs, dependendo das combinações feitas, permitindo também ao jogador criar sets para diferentes ocasiões. Outro sistema existente é o de aumentar a quantidade de drops de dinheiro e outros artigos úteis quando eliminamos vários tipos de inimigos iguais de forma repetida, sem levar dano. Isto e muito mais é apresentado progressivamente ao longo da demo, só que várias destas interações com o mundo acabam por acontecer naturalmente e os tutoriais são invariavelmente apresentados de forma tardia, a um ponto que nem estava à espera que aparecessem… talvez algo a melhorar no futuro.
Em termos de performance e visuais, o título pareceu-me estar bastante polido e bem otimizado. Disponibilizando a demonstração apenas para a Switch 2, foi lá que o rodei e a experiência fluiu de forma perfeita, oferecendo 60 FPS sem problemas no modo Handheld. Com grafismos interessantes, tendo as personagens e inimigos caracterizados em estilo pixel, enquanto que os ambientes eram bem mais realistas e detalhados, como é tradicional do género 2D-HD, tenho que dar uma nota positiva neste nível.
Em suma, The Adventures of Elliot: The Millennium Tales traz consigo bastante potencial, com um estilo de combate diferente do habitual dentro do género, optando pela luta em tempo real, vários segredos e baús condensados numa pequena porção do mapa e bastantes mecânicas que fluem de tal forma que acabam por ser de natural aprendizagem. Mas o que é certo é que algum deste potencial fica para a versão completa, já que a demo não levanta completamente o véu o que é bem compreensivo. Assim sendo, resta saber se o estúdio cozinhou devidamente, porque o mundo para já pareceu um pouco genérico, o que levanta algumas preocupações. Contudo, espero conseguir ver o resultado final em 2026, quando este for lançado no PC, PS5, Xbox Series X/S e Nintendo Switch 2 sem que a minha fada acompanhante me diga que sou muito bom a lutar pela quinquagésima terceira vez em 2 minutos.
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Pedro Gomes
Um verdadeiro amante de videojogos desde muito cedo e sendo o seu hobby preferido sempre, o Pedro tenta agora, como um adulto irresponsável, arranjar tempo para uma jogatana quando os seus dois demónios peludos favoritos o permitem.
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