DOOM: The Dark Ages (análise) | Chacina de alto calibre
- por Jorge Loureiro
- 19 de maio, 2025
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Já lá vão uns longos 32 anos desde que um dos jogos mais influentes e icónicos de sempre começou o seu legado. Apelidado como um dos títulos que abriu o caminho para o género dos First Person Shooters em geral, em 1993 o Doom original fez a sua estreia no clássico MS-DOS e, desde então, correu todo o tipo de plataformas pouco convencionais como calculadoras e testes de gravidez.
Após alguns anos de ports, spin-offs e lançamentos com melhorias gráficas e de jogabilidade geral, em 2016 tivemos a ressurreição da franquia. Para marcar reboot e fazer questão de estabelecer que esta não era uma sequela aos clássicos de 1993, ainda que aproveite partes da lore estabelecida para escrever uma história que consegue existir por si só, o estúdio id Software batizou este título de Doom, declarando um verdadeiro recomeço.
Recebendo o carinho e apreço por parte dos fãs originais e também atraindo uma legião de fãs que, pela primeira vez, interpretaram o icónico Doom Slayer, este jogo teve direito a uma sequela em 2020 através de Doom Eternal que, mais uma vez, foi um sucesso clamoroso dentro do género.
Desta vez, temos Doom: The Dark Ages, uma prequela às duas aventuras desta nova geração com uma inspiração mais medieval dentro do universo para, mais uma vez, lutar contra as hordas do inferno. Para já, este tem sido um reboot bem-sucedido, mas será que a tendência se mantém?
Sobre DOOM: The Dark Ages
Data de lançamento: 15 de maio de 2025
Plataformas: PC (Steam), PS5 e Xbox Series X | S
Género: FPS / Ação
Versão testada: PC
Editora: Bethesda
Imagem capturada por Geekinout.pt
De volta ao passado
Regressando mais uma vez ao papel de Doom Slayer, desta vez voltamos bem atrás no tempo a uma época onde o nosso protagonista está refém dos Maykrs, uma raça de seres angélicos, e também dos Sentinels, que nos usam como uma verdadeira ferramenta de destruição sempre que é necessário repelir avanços por parte dos demónios oriundos do inferno. Inibidos de escolha livre e agindo apenas conforme os desígnios de quem nos controla, partimos em auxílio da vila de Khalim que está a ser invadida por demónios liderados pelo Prince Azhrak em busca do Heart of Argent.
Viajando até castelos medievais misturados com elementos sci-fi que demarcam a época onde a história de desenrola, iremos encontrar números infernais de inimigos pela nossa frente que têm o único objetivo de impedir a lendária figura que é o Doom Slayer. Passando também pelo reino do Inferno e também pelo reino cósmico, seremos assistidos, cuidadosamente, pelos Maykrs e Sentinels na nossa campanha de destruição. Em The Dark Ages temos um fio de ligação entre os jogos originais da década de 90 e os pós-reboot, que não faz a ligação direta ao início do Doom de 2016, deixando assim espaço aos criadores para mais potenciais prequelas deste género, antes de acordarmos em Marte.
A história serve principalmente para mover o jogador entre locais e cria uma narrativa que estabelece o ritmo da ação e motiva a chacina que iremos cometer, mas este é não um dos pontos mais fortes, apesar de ser dos melhores esforços desta nova geração da franquia sendo que os capítulos finais me cativaram mais e conseguiram aumentar bem a intensidade e sentido de urgência da nossa missão. Dando um pouco mais de profundidade em certos momentos ao Doom Slayer e incluindo várias personagens com motivações próprias sem nunca acrescentar palha que nos distraia em excesso, o foco continua a ser na jogabilidade e em deixar o jogador disfrutar de alvos para destruir e ação de alto nível, deixando os elementos narrativos com menos protagonismo através de um enredo mais simples, que não deixa de servir bem a sua função. Incluindo performances por parte do elenco em termos de voz bem conseguida e as animações nas cutscenes cinemáticas imaculada, é uma aventura no seu geral interessante.
Imagem capturada por Geekinout.pt
Conhece o teu escudo
A grande novidade de The Dark Ages é a introdução de mecânicas envolvendo a nossa nova ferramenta: o escudo-serra. Com isto, o nosso protagonista abre um novo leque de possibilidades em termos de combate em termos defensivos e ofensivos:
Protege-te de dano ao erguer o escudo, mas fica atento pois este pode quebrar se levar demasiado dano inimigo;
Testa os teus reflexos e reflete os ataques de cor verde de volta a quem os mandou com bom timing de bloqueio, causando imenso dano e até deixando os demónios brevemente confusos;
Usa o Shield Charge para encurtar distâncias entre ti e um dos teus inimigos, causando uma explosão que causa dano e oblitera num só golpe os demónios mais fracos;
Envia o teu escudo contra um inimigo que ficará imobilizado graças às suas lâminas perfurantes ou usa o seu impacto para quebrar a armadura de criaturas do Inferno melhor protegidas;
Equipa runas que disponibilizam habilidades adicionais ao longo da aventura e oferecem recompensas extra por parries bem-executados.
E estes são apenas os usos mais comuns em ação deste novo brinquedo que altera completamente o fluxo do combate em comparação com os títulos anteriores, optando por um estilo de combate mais metódico. Ao contrário do que aconteceu com o estilo mais frenético dos dois títulos anteriores, em The Dark Ages temos um Doom Slayer que é jogado de forma um pouco diferente.
Graças ao escudo introduzido neste título e às mecânicas a ele associadas, o nosso foco passa em grande parte por não só saltitar e rebentar com os demónios, mas sim desviar, bloquear e refletir os ataques do inimigo. Além de ser útil em combate, esta ferramenta servirá também para ativar certos mecanismos e atravessar obstáculos mais complicados, tornando-se rapidamente no teu melhor amigo ao longo do jogo. Domina-o para seres uma máquina de guerra imparável.
Imagem capturada por Geekinout.pt
Ferramentas para um massacre
Também para fazer da vida dos inimigos um inferno, temos ao nosso dispor um arsenal que inclui clássicos de títulos anteriores, mas não se esquece de introduzir também brinquedos novos para serem experimentados. Entre 13 armas para escolher, alguns dos destaques são:
Chainshot: Dispara uma bala de canhão que arrebentará membros e destruirá armaduras nos teus inimigos, com impactos bem satisfatórios. Apesar de ter alcance curto e o número máximo de balas ser baixo, a recompensa por tiros certeiros vale bem a pena;
Ravager: Tritura caveiras e dispara os fragmentos resultantes numa arma que vai aumentando o seu ritmo de fogo a cada segundo, desfazendo tudo o que aparece pela sua frente. Não te deixes empolgar e esbanjes as balas todas de uma só vez, elas parece que voam;
Rocket Launcher: Um dos tradicionais métodos de destruição do Doom Slayer, capaz de rebentar a oposição com facilidade através das suas explosões destrutivas. Atenção aos disparos à queima roupa que podem ser também a tua causa de morte.
Além destas 3, existem mais armas espalhadas ao longo da aventura que são bem poderosas e cabe ao jogador aproveitar-se delas da melhor forma. Para aumentar ainda mais o potencial do arsenal, existem melhorias disponíveis para atribuir a cada um dos nossos componentes, através dos Sentinel Shrines espalhados pelos níveis, que acrescentam um bom nível de progressão.
Para lá destas ferramentas de longo-alcance, temos também três tipos de opções que o Doom Slayer utilizará em combate mão-a-tentáculo/garra/canhão. Cada uma destas preenche um propósito diferente e cabe ao jogador escolher entre elas conforme bem preferir, sendo que estas também se encontrarão disponíveis ao longo dos vários níveis.
Infelizmente, estas armas tomaram o lugar das icónicas Glory Kills que protagonizavam os títulos anteriores, reduzindo imenso a diversidade destas animações de finalizar mortalmente o inimigo, algo que senti imenso a falta.
Imagem capturada por Geekinout.pt
Hordas demoníacas
Com tantos métodos de aniquilação ao nosso dispor, falta haver alguém em quem usá- los. Felizmente, Doom: The Dark Ages coloca pela nossa frente um elenco bem variado de entidades demoníacas para triturar, entre caras conhecidas e novas introduções. Com um exército repleto de simples demónios inferiores que só marcam presença para serem vitimizados com uma simples onda de impacto, temos também imensos inimigos mais ferozes que podem tornar-se invisíveis, voar de um lado para o outro, usar armas de fogo ou efetuar combinações de ataque corpo-a-corpo. Existem imensos membros dos corpos adversários ainda intactos, aproveita o sistema de desmembramento bem detalhado e sente bem o impacto causado no inimigo a cada ataque.
Além da grande variedade de demónios já disponível, iremos encontrar ao longo da campanha alguns tipos de inimigos com um grau de dificuldade acrescido. Estes são o mesmo tipo de entidades que encontramos no resto do jogo, mas têm um nível de HP mais alto e conseguem desferir mais dano, contudo, em troca da sua aniquilação, o nosso protagonista receberá melhorias à sua barra de pontos de vida, de pontos de armadura e ao limite dos vários tipos de munição para as diferentes armas.
Também com um grau de dificuldade maior temos os Morale Encounters: Encontros onde temos um demónio-chefe protegido por escudos impenetráveis que, para serem quebrados, requerem a destruição de outros inimigos no campo de batalho de forma a reduzir a barra de moral até 0, permitindo então que sejam atacados com sucesso. Em adição a estes, também irão aparecer alguns Champions ao longo dos níveis que são um teste mais rigoroso aos nossos reflexos com o escudo e gatilhos. Tudo isto pode parecer informação excessiva, mas os tipos diferentes de inimigos são apresentados de forma progressiva e permitem que o jogador chegue a cada desafio preparado, oferecendo ainda assim um bom desafio.
Destrói e aniquila, com companhia
Como já é bem conhecido pelos fãs, o protagonista de Doom é um homem de muito poucas palavras e prefere deixar as suas mãos e ações falarem por ele. Em The Dark Ages não temos uma exceção, já que o Doom Slayer continua uma máquina imparável por si só, mas desta vez temos novos parceiros para aumentar o nível de caos causado:
Atlan: Um mecha gigante que usamos em certos níveis para ficarmos ao nível das maiores ameaças que aparecem na nossa frente. Com punhos destrutivos, armas que nos são disponibilizadas em certos pontos e algumas habilidades que permitem desfazer os demónios que cometem o erro de atravessar o nosso caminho, esta é uma ferramenta bastante útil para o Slayer;
Serrat: O dragão mecânico que podemos usar para viajar em certas secções da aventura. Com lasers potentes, capacidade de voo a velocidades vertiginosas e reflexos apurados, este novo amigo será imprescindível para destruir naves, perseguir oponentes e fazer a vida negra às entidades demoníacas nas alturas.
Apesar de nenhuma destas ferramentas estar ao nosso dispor livremente e apenas nos ser apresentada em momentos oportunos, são ambas bons métodos de acrescentar um pouco de variedade à campanha. Não incluem mecânicas muito complicadas e são intuitivas de usar, mas senti que foram um pouco subutilizadas, o que é uma pena porque poderiam ser uma parte mais integral do jogo e chegar a ter direito a melhorias ao longo de The Dark Ages para aproveitar o seu potencial de melhor forma.
Imagem capturada por Geekinout.pt
Exploração e colecionáveis
Ao longo dos vários níveis, iremos passar por imensas áreas secretas que escondem diversos itens colecionáveis que vão de úteis para a nossa aventura a meros troféus de exploração.
Life Sigils: Consumíveis que funcionam como uma segunda tentativa sem ter que voltar a um checkpoint, preenchendo a nossa barra de vida de forma imediata e permitindo que exaltemos a nossa vingança em quem nos ousou mandar abaixo de forma imediata;
Toys: Brinquedos colecionáveis baseados nas diversas personagens que encontramos no jogo, na única interação com os demónios que não acaba com sangue espalhado pelo chão;
Páginas de Codex: O melhor amigo de quem quiser um pouco mais de informação sobre as áreas por onde vamos passando e sobre o mundo no seu geral;
“Moedas” de troca: Coleciona o único tipo de dinheiro aceite pelos Sentinel Shrines que te permitirão melhorar o teu armamento, para enorme dor de cabeça do exército do Inferno.
Oferecendo uns desvios que prolongam as horas de jogo, estas recompensas podem até ser ignoradas completamente por quem quiser focar-se apenas nos objetivos principais, mas isto fará uma diferença em termos de melhorias do nosso arsenal.
Visuais e banda sonora
A campanha destrutiva de The Dark Ages leva o nosso protagonista a passar por imensos locais repletos de paisagens cataclísmicas, vistas em grande plano da invasão que está a decorrer e vislumbres caóticos da população demoníaca, enquanto esta assola a Terra, e também no seu reino base que é o Inferno. Visitando enormes construções medievais, naves com elementos mais futuristas e grandes extensões de terreno "decorados" pela guerra que se está a desenrolar, existe uma boa variedade de ambientes para explorar, elevados visualmente graças a texturas de grande qualidade e atenção ao detalhe por parte do estúdio.
Só é pena que todo este trabalho dedicado aos vários níveis do jogo sejam um pouco desperdiçados devido aos membros projetados e sangue espalhado pela nossa passagem, também acrescentando o facto de que a ação de alto nível de adrenalina por vezes me tenha levado a que nem pensasse em parar para aproveitar a vista. Ainda assim, é visualmente agradável e consistente, acrescentando imenso a experiência.
Após toda a polémica envolvendo o lendário Mick Gordon e a sua produção para o Doom Eternal, temos desta vez uma trilha elaborada pela Finishing Move Inc. que já tinha mais recentemente produzido faixas para o The Callisto Protocol e também para o Borderlands 3.
Apesar de, no seu geral, o nível de qualidade ser um pouco inferior aos dois títulos anteriores, não acho que esta seja de todo um desserviço a The Dark Ages e é, no seu geral, uma trilha sonora bem conseguida, com guitarradas Heavy Metal bastante boas que complementam o estilo frenético de jogo e continuam o legado metaleiro da saga.
Também de alto nível são os efeitos sonoros que acrescentam bastante impacto às nossas ações, desde o nosso arsenal explosivo até a cada pegada que faz o Slayer parecer um autêntico tanque a aproximar-se da sua próxima vítima. Cada aterragem do protagonista causa impactos sonoros que soam a trovões literais, tamanho o impacto causado por ele. O departamento de som trabalhou bem e todo este nível de áudio adiciona uma nova camada à sensação de poder que já sentimos na jogabilidade.
Imagem capturada por Geekinout.pt
Desempenho e qualidade técnica
Tal como já pudemos observar com Indiana Jones and the Great Circle, este título também inclui efeitos raytracing que são obrigatórios e, por isso mesmo, placas gráficas que não suportem este tipo de tecnologia irão ser impossibilitadas de correr o jogo de todo, só um aviso logo de início para potenciais compradores com este tipo de GPUs.
Para massacrar as tropas do inferno, usei o meu PC com um Ryzen 5800X3D, Radeon RX6800XT e 32GB de RAM, instalando o jogo num NVME SSD. Com estes componentes, consegui aumentar os gráficos para o nível máximo, Ultra Nightmare, baixando apenas a definição relacionado à qualidade de reflexões que envolvem o Raytracing para Medium, já que as placas desta geração da AMD sofrem um tombo considerável de performance essa tecnologia. Liguei também o método de upscalling FSR no modo Quality e, com estas definições, os meus FPS circulavam os 80 em locais mais lineares, que baixavam para os 60-70 nos mapas mais abertos e com ação a acontecer à distância, incluindo as secções de voo e a bordo do nosso mecha Atlan, e conforme as explosões e carnificina se iam amontoando no ecrã, tive ocasiões em que cheguei a baixar para os 50. O raytracing é claramente o elemento que tem dos maiores impactos negativos em termo de performance e é por aí que, quando comparando com os títulos anteriores, o nível de otimização é pior.
Ainda assim, The Dark Ages é incrivelmente sólido e não reparei em nenhum stuttering ou algo a que se assemelhe, oferecendo uma experiência bastante consistente, fruto do trabalho do estúdio com o id Tech Engine 8, que é o principal responsável por esse nível de qualidade. Os tempos de carregamento também eram supersónicos, cada nível era carregado no espaço de pouquíssimos segundos e uma morte que me fizesse voltar a um checkpoint prévio estava pronto antes de eu sequer me poder beliscar por ter falhado de forma tão parva.
Em termo de bugs também só sofri de um único crash enquanto tentava tirar uma captura dentro do jogo, mas tirando isso não me posso queixar de nada enquanto percorri a campanha na sua totalidade. É um jogo bem construído e consistente na sua qualidade técnica, prova da dedicação em entregar uma experiência completa e polida no lançamento, pelo menos na minha perspetiva.
Prós:
Nova mecânica introduzida é extremamente gratificante e apresenta novas dinâmicas à jogabilidade tradicional da franquia;
História simples, mas que inclui momentos satisfatórios principalmente no último terço do jogo;
Visuais fortes e design sonoro incrível, acrescentando imenso impacto ao combate visceral;
O Doom Slayer deste título é um verdadeiro tanque e é incrivelmente satisfatório de o pilotar;
Boa variação de inimigos que condiz com o sentido de progressão do nosso arsenal ao longo da campanha.
Contras:
Subutilização dos brinquedos novos, o mecha e o dragão Serrat;
Ausência das icónica Glory Kills, substituído por um sistema não tão gratificante;
Raytracing obrigatório deixará alguns fãs com placas gráficas mais antigas a precisar de um upgrade.

Veredicto
Doom: The Dark Ages oferece uma história simples, mas que serve perfeitamente como fio condutor para a jogabilidade em si que é fenomenal. Com visuais muito bons, um design sonoro de alto nível que faz sobressair o poder destrutivo que senti ao longo da campanha e introduzindo a mecânica do escudo que gostei imenso. Após sair de Clair Obscur: Expedition 33 para entrar logo neste Doom, sinto que estamos no ano dos parries e não me posso queixar, porque em ambos os títulos senti os altos níveis de dopamina no meu corpo. Apesar da banda sonora ficar um pouco atrás das que nos foram oferecidas pelo grande Mick Gordon, a ausência das Glory Kills e a subutilização do mecha e do nosso amigo dragão, este jogo é para mim um grande FPS que poderá ser um pouco divisivo perto dos fãs, devido às alterações em relação a Doom Eternal, mas que me leva a congratular o estúdio que não se acomodou a fazer uma cópia do que já resultou, tentando sim inovar com sucesso.
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Jorge Loureiro
O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.

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