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Gen V Temporada 2 (crítica): filler de The Boys que cumpre sem impressionar

Gen V Temporada 2 Critica
Crédito da imagem: Prime Video

Depois de uma primeira temporada que funcionou como uma espécie de The Boys na universidade, Gen V regressa esta semana com uma segunda temporada. A fórmula anterior mantém-se: jovens com superpoderes frequentam uma universidade concebida especialmente para eles (fazendo paralelismo com X-Men e a escolha do Professor Xavier), mas na realidade tudo não passa de uma fachada da Vought para estudar, testar e aprender ainda mais sobre os Supes.

A segunda temporada arranca exatamente no ponto onde a anterior terminou. Depois de um cliffhanger que prometia grandes mudanças, a verdade é que o desfecho acaba por soar menos dramático do que seria de esperar. Marie conseguiu fugir e ainda está obcecada em encontrar a irmã, enquanto Emma e Jordan regressam à Universidade de Godolkin com relutância, mas não antes claro de alinharem no teatro montado pela Vought: declarações ensaiadas pelos especialistas de relações públicas para justificar o seu misterioso desaparecimento.

Uma das novidades mais marcantes da segunda temporada é a introdução de Cipher, o novo reitor de Godolkin. Desde cedo, ele deixa claro aos estudantes quem realmente manda e até onde vai a mão da Vought dentro da universidade. A sua postura autoritária e a promessa de punições severas para quem não alinhar com o programa criam uma atmosfera de tensão constante. Os seus poderes permanecem envoltos em mistério, mas a presença imponente e a aura ameaçadora bastam para transformar Cipher numa das figuras mais temíveis da temporada.


  • Quanto estreia Gen V Temporada 2? 17 de setembro

  • Onde assistir? Prime Video

  • Quantos episódios tem a temporada 2? 8 episódios


Uma ponte para The Boys

Se há algo que mantém Gen V são as suas ligações ao universo maior no qual está inserido.

Sem revelar spoilers, posso confirmar que esta temporada traz participações especiais e prepara o terreno para a próxima temporada de The Boys. O problema é que, tal como na primeira temporada, a narrativa arrasta-se em vários momentos e as personagens raramente conseguem prender a atenção. Parte da responsabilidade recai no elenco: embora competente, está longe do carisma e da intensidade do núcleo principal de The Boys.

E por mais que se compreender que Gen V é inevitavelmente algo menor e menos relevante do que The Boys, é difícil não fazer a comparação com a série-mãe... e é aí que as fragilidades ficam mais expostas.

O maior problema está na narrativa. Embora entretenha, falta-lhe impacto e originalidade. A estrutura repete-se, os conflitos internos dos protagonistas soam familiares e, no final, há pouco que se destaque. É, no fundo, um filler bem produzido para entreter enquanto a próxima temporada de The Boys não chega. Quem procura mais do mesmo vai encontrar exatamente isso, mas dificilmente ficará entusiasmado.

Marie recebe a maioria do destaque

Com exceção da protagonista Marie — que acaba por ter o maior desenvolvimento ao longo dos novos episódios —, o restante elenco permanece algo superficial. Há até personagens que sofrem mudanças bruscas de personalidade que, francamente, soam forçadas e pouco coerentes. Ainda assim, pode-se argumentar que estas oscilações fazem parte da natureza de jovens superpoderosos exaustos de serem constantemente manipulados pela Vought.

Oferece alguns momentos divertidos e ideias interessantes, mas não consegue destacar-se verdadeiramente. A experiência é competente, sem nunca ser memorável.

Veredicto

Gen V – Temporada 2 não é má televisão: entretém, oferece o habitual cocktail de sangue, cenas de sexo que roçam o grotesco (e que podem chocar os mais sensíveis, tal como na temporada anterior), poderes exagerados e algumas revelações que satisfazem os fãs de The Boys. No fundo, funciona como um snack televisivo entre temporadas da série principal. É certo que os spin-offs raramente atingem o nível dos seus homólogos, mas havia espaço para Gen V se destacar e seguir o exemplo de um Better Call Saul, que transcendeu o estatuto de derivado. Infelizmente, a série não chega lá. O resultado final é um spin-off razoável: cumpre, mas não deixa marca (e digo isto como um fã de The Boys, que assistiu alegremente a todas as temporadas até agora).

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.