MLB The Show 25 (análise) | Baseball de alto nível, poucas novidades
- por Pedro Gomes
- 25 de março, 2025
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Se o mundo do baseball não capta ainda a atenção dos fãs lusófonos, este desporto continua a ser de elevado interesse por parte dos fãs americanos e de muitos outros países que seguem religiosamente todas as partidas das suas equipas favoritas. E se há uma série de jogos que visa oferecer uma experiência como nenhuma outra, oferecendo o máximo de atenção ao detalhe, este é MLB The Show.
Começando a trilhar a sua história em 2006 através de lançamentos nas clássicas PlayStation 2 e PlayStation Portable, o San Diego Studio é claramente um veterano no que toca a lançamentos da franquia. Apresentando agora a versão de 2025, esta chega às consolas mais modernas PlayStation 5 e Xbox Series S/X, não se esquecendo de apostar também numa versão para a Nintendo Switch. Será que esta edição merece o interesse dos adeptos do desporto, ou vai ser um ano para esquecer?
Sobre MLB The Show 25
Data de lançamento: 18 de Março de 2025
Plataformas: PS5, Xbox Series, Nintendo Switch
Editora: PlayStation
Plataforma de teste: PS5
Género: Jogo de Desporto
Preço: 69,99€
Domina o campo
Pega na tua jovem estrela ou controla a tua equipa de eleição com o objetivo de os guiar até à vitória. O foco de MLB The Show é a simulação fidedigna de jogos de baseball e esse aspeto continua bem presente na versão deste ano. Preenche as bases com bunts bem colocados e não te esqueças de finalizar com uma tacada bem desferida que tem como destino um Home Run para a história, deixando a equipa adversária apenas a controlar a bola com os olhos. Timing e pontaria são as palavras de ordem, não te deixes ser apanhado de surpresa pelo pitcher adversário. Rouba bases, corre entre elas após um bom bat do companheiro de equipa e contribui de forma decisiva para a vitória com pontos cruciais.
Invertendo os papéis, faz lançamentos matreiros ou velozes como um raio, que deixarão o batter adversário a coçar a cabeça. Aqui encontrarás uma boa variedade de estilos de pitches, reproduzindo padrões com temporizadores variados que serão demonstrados aquando dos lançamentos e que deverás seguir da forma mais fiel possível com o teu joystick. Ao início irás ter que memorizar, mas, ao fim de algumas tentativas, já irás fazer isto de olhos vendados. Todas estas ações são realizadas de forma dinâmica para o jogador, realçando o entusiasmo que envolve este desporto não só para os adeptos, mas quem está dentro do campo.
Na simulação do desporto em si não há grandes novidades, excluindo a nova mecânica de "ambush" enquanto batedor. Optando, em vez disso, por refinar algumas animações dos jogadores e aspetos visuais gerais, o estúdio deixou a base do jogo intacta, algo que pode ser uma coisa positiva para quem não gostar de modificações desnecessárias ou para quem queira experimentar esta franquia. No entanto, isto pode tornar-se num motivo para veteranos da série não se sentirem motivados a comprar esta nova edição, quando comparada com a de 2024: é uma questão de preferência e, também, do quão ferrenhos alguns fãs da franquia são, já que haverão sempre os adeptos que nunca perdem nenhum destes títulos.
Imagem capturada por geekinout.pt
Modo Carreira
O modo Road to the Show é o ideal para quem quiser criar um jogador de raiz e guia-lo em direção a uma carreira de sucesso. Aqui temos a oportunidade de moldar a nossa personagem através de uma panóplia de opções que permitem ao jogador fazer um atleta muito semelhante a si mesmo na vida real ou optar por criar umas monstruosidades obscenas que não deviam existir no mundo real, algo pelo qual eu optei - conheçam John Geekinout, uma futura estrela prestes a preencher as manchetes dos jornais desportivos! Além disso, podemos definir as posições em campo que pretendemos dar prioridade logo ao início, para podermos evoluir o nosso jogador de acordo com as nossas preferências de jogo.
Começando a nossa aventura na escola secundária, todos os jogos contam para conseguir atrair a atenção dos olheiros das várias universidades do país. Após os primeiros jogos e chegando ao fim do ensino secundário, teremos logo a opção de continuar os nossos estudos ou partir para o mundo do baseball profissional, sendo que no caso de John, preferi que ele usasse a sua linda cabeça noutro lado que não na faculdade. MLB The Show 25 vai, ao longo do nosso percurso, oferecendo uma boa quantidade de opções que definirão os clubes por onde iremos passar no caminho ao topo, surgindo tudo de forma natural e as nossas performances em campo serão determinantes para aumentar o nosso leque de escolhas.
Imagem capturada por geekinout.pt
Também, através de bons desempenhos durante os jogos e completando desafios que nos são oferecidos no decorrer das mesmas, teremos acesso a pontos que servirão para evoluir a nossa futura estrela em pontos fulcrais como a velocidade para correr entre bases, a força com que lançamos a bola e também a intensidade das nossas tacadas, entre mais opções. Este é um método diferente do título anterior, que optava por um crescimento mais natural e quase saído de um RPG, que recompensava mais diretamente as nossas ações em campo. Agora, podemos escolher onde investir os pontos, independentemente da área em que tivermos bom desempenho durante as partidas. É uma questão de preferência, como é claro, mas desta maneira temos a oportunidade de colmatar falhas nos nossos stats de forma menos complicada, alocando pontos como bem quisermos.
Entre partidas, teremos também ocasiões em que vamos trocar mensagens com o nosso manager, participações em conferências de imprensa e outros diálogos que oferecem algumas opções de escolha. Este sistema dá alguma personalidade extra à nossa personagem, mas grande parte das opções, excetuando algumas que explicitamente mencionam os efeitos das mesmas, não terão impacto na nossa carreira, o que acaba por ser um pouco aborrecido e não acrescenta grande coisa ao modo. A juntar a isso, há também o facto de estas interações serem feitas através de texto e sem recurso a falas por nenhuma das partes intervenientes, tornando este aspeto da experiência um pouco fraca e desnecessária.
No geral, este modo é bastante bom, oferecendo uma experiência compreensiva e fluida, envolvendo cenas gravadas no mundo real que servem de transição em certos momentos de progressão do jogador, demonstrando o interesse crescente de uma forma geral que vamos despertando no mundo do baseball. Contudo, a ausência de voz nos diálogos e as escolhas múltiplas de diálogo oferecidas que não têm impacto na história, são pontos menos positivos.
Imagem capturada por geekinout.pt
Modos para todos os gostos
Além do extensivo modo Road to the Show, existem mais alguns modos disponíveis onde podemos encontrar de tudo um pouco, algo que agradará aos vários tipos de fãs deste género de simuladores de desporto.
A grande nova adição deste ano de MLB The Show é o modo roguelike Diamond Quest. Aqui, utilizamos as cartas que desbloqueamos em Diamond Dynasty, cartas estas que são colecionadas ao abrir Packs, completar missões e objetivos e, também, ao ganhar experiência de forma a preencher o XP Reward Path. Estes Packs são adquiridos através de moedas que podemos acumular nos vários modos de jogo, como recompensas de algumas missões ou, de forma mais rápida, usando a nossa carteira no mundo real. Com a nossa equipa montada e um dado na mão, podemos aventurar-nos em vários mapas que nos apresentarão desafios, perks variados e mais algumas surpresas pelo caminho, tudo isto com promessa de prémios apetitosos de acumular, que serão nossos ao completar o desafio final.
Uma das opções que regressa para mais uma temporada é a Storylines, que nos leva, mais uma vez, de volta à Negro League. Como é habitual, estes pequenos documentários, com recurso a gravações da vida real, são apresentados por Bob Kendrick, e deixam-nos seguir e reviver a história de icónicas caras desta liga, como “Cool Papa” Bell e Caleb “Turkey” Stearns, ao participar em momentos chave ao longo das suas carreiras.
Além destes modos, existem vários regressos para este ano que, fora algumas modificações gerais, continuam a ser bastante semelhantes à oferta do título de 2024:
March to October – Participa em momentos pivotais durante a temporada oficial, com o objetivo de catapultar a tua equipa de eleição até à Post Season, motivando o plantel com boas jogadas e performances de alto nível, aumentando assim as chances de vitória;
Franchise – Cria uma equipa ou toma rédeas de uma das existentes atualmente na MLB, num modo que vai por o teu conhecimento sobre o mundo do baseball a ferro e fogo. Gere orçamentos, alcança os objetivos propostos e colhe os frutos do teu trabalho árduo a cada jornada;
Exhibition – Luta pela oportunidade de seres o melhor jogador entre os teus amigos, seja à distância ou no conforto do teu sofá ou secretária, incluindo também um modo ranqueado no qual podes demonstrar a tua mestria em campo;
Instant Action – Muda a história de momentos icónicos da história do desporto, tornate no rei dos home runs, participa num desafio semanal proposto pelo estúdio do jogo ou refina as tuas competências no modo Practice
O leque de opções é alargado e poderás encontrar diversão para blocos mais prolongados ou intervalos mais curtos, numa oferta que considero bastante diversificada, ainda que nunca perca vista do ponto essencial que são os jogos de baseball. Se procuras novidades em relação ao lançamento anterior, além do Diamond Quest e de algumas adições simples em certos modos, não irás encontrar muita coisa de excitante, algo que é expectável num jogo com edições anuais, mas não deixa de ser um ponto menos positivo a referir.
Visuais e qualidade técnica
Para a minha carreira de sucesso no mundo de baseball, usei o modelo base da PlayStation 5 que ofereceu uma experiência de 60 FPS sem grandes problemas, mesmo em momentos em que visitava estádios repletos de adeptos. Em termos visuais, o título disponibilizou uma qualidade de imagem agradável, com um maior destaque na fidelidade dos vários recintos baseados em localizações da vida real. As partidas desenrolam-se em fases diferentes do dia, envolvendo alguns eventos atmosféricos que realçam a atenção ao detalhe no meio ambiente. Em relação aos jogadores, os que são trazidos das principais ligas do desporto têm um nível de atenção decente, com animações na sua generalidade adequadas, enquanto que os criados de forma artificial para o modo carreira são um pouco mais genéricos, mas isso é algo compreensível, já que não existe um modelo no qual a estúdio se possa inspirar.
Imagem capturada por geekinout.pt
Em termos técnicos, o título tem alguns pontos a melhorar. Experienciei uma ocasião em que comecei uma partida e, durante alguns minutos, os sons do jogo como os comentários do mesmo e outros efeitos ambientes, estavam ausentes, até que subitamente a situação normalizou. Houveram ocasiões em que perdia ligação ao servidor, sendo enviado de volta ao menu inicial, terminando precocemente as partidas e, também, alguns momentos em que os comentadores do jogo demonstravam ser inconsistentes, ao relatar ações erradas ou de forma trocada. Tirando estes pontos, MLB The Show 25 comportou-se de forma razoável e não tive outros problemas como crashes ou bugs que arruinassem as minhas horas com o jogo.
PRÓS
Visuais dos estádios interessantes, oferecendo o devido destaque às arenas;
Modo carreira bem desenvolvido, com imensas horas de jogabilidade;
Variedade de modos de jogo, servindo longas jogatanas ou pequenas visitas a campo;
Bom nível de acessibilidade, dispondo de vários graus de dificuldade e um volume alargado de tutoriais que mostram o caminho aos novatos do género.
CONTRAS
Preço difícil de justificar para um título que não apresentou grandes novidades face ao ano anterior;
Inconsistências por parte dos comentadores ao longo das partidas;
Diálogos sem som no modo Road to The Show e imensas escolhas sem impacto ao longo da aventura;

Veredicto
MLB The Show 25 é mais uma entrada competente na franquia, apresentando uma boa variedade de modos disponíveis, um modo carreira com bastante conteúdo que te preencherá imensas horas e as partidas de baseball em si estão extremamente sólidas, algo que agradará a novatos e veteranos da série. Ainda assim, é um título que não posso recomendar a quem já tenha adquirido aversão de 2024, já que o volume de novidades não justifica o investimento, na minha opinião. Além disso, algumas falhas como ausência de voz nos diálogos do modo Road to the Show e imprecisões por parte dos relatadores ao longo das partidas são pontos negativos que tenho de apontar.
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Pedro Gomes
Um verdadeiro amante de videojogos desde muito cedo e sendo o seu hobby preferido sempre, o Pedro tenta agora, como um adulto irresponsável, arranjar tempo para uma jogatana quando os seus dois demónios peludos favoritos o permitem.

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