Produtor português critica falta de apoio dos fãs: "Quem se dedica realmente a isto tem que fazer muitos sacrifícios.”
- por Jorge Loureiro
- 28 de novembro, 2025
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No DevGAMM Lisboa, o produtor independente José Castanheira – criador de Exophobia e atualmente a trabalhar em Sweep Strike – falou sobre a realidade de ser solo dev em Portugal e deixou um apelo claro: os jogos portugueses precisam de mais apoio, tanto do Estado como, sobretudo, do público.
Questionado sobre o maior desafio de ser produtor independente em Portugal, Castanheira não hesita:
“O desafio é arranjar espaço para podermos fazer os nossos jogos. Neste caso, eu tenho que ter um trabalho full time para poder dedicar-me a esta paixão.”
Conciliar emprego a tempo inteiro com o desenvolvimento de jogos faz com que tudo acabe por ser tratado como hobby:
“Como é uma indústria em que é difícil mantermo-nos nela financeiramente, vamos ter que sempre fazer como um hobby. Há quem tente sobreviver, mas é sempre mais complicado, e quem se dedica realmente a isto tem que fazer muitos sacrifícios.”
@geekinout.pt José Castanheira, produtor português responsável pelos jogos Exophobia e Sweep Strike, fala sobre os desafios de desenvolver jogos em Portugal, incluindo a falta de apoio dos fãs (segunda parte da entrevista que fiz na DevGamm). @zarcattack #gamingportugal #indiedev #jogosportugueses #videojogos ♬ original sound - Geekinout
“Os estúdios pequenos precisam de um empurrão”
Quando lhe perguntam se devia haver mais ajuda e iniciativas do Estado português, Castanheira concorda, mas sublinha que o problema não se esgota aí:
“Acho que os estúdios pequenos em Portugal, para singrar, precisam um bocado de um empurrão.”
Esse empurrão, explica, não é só institucional. Falta também uma resposta mais forte por parte de quem joga. Para o produtor, o público português tem um papel decisivo na evolução da cena indie nacional:
“Acho que o público português é que podia dar também essa força para fazer valer que os jogos portugueses existem, estão cá e que merecem ser servidos e apoiados, porque senão nunca mais vão evoluir a partir daquilo que já existe.”
Castanheira reconhece que a qualidade tem vindo a crescer: “Temos vindo a ver que os jogos estão a evoluir bastante, mas precisamos mesmo daquele empurrão.” E termina com um recado direto à comunidade:
“Acho que só nós, os portugueses, é que conseguimos juntar-nos para fazer isso acontecer também.”
Entre sacrifícios pessoais, falta de tempo e pouca sustentabilidade financeira, a mensagem de José Castanheira no DevGAMM Lisboa é clara: sem apoio real ao trabalho dos criadores, o talento português corre o risco de estagnar.
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Jorge Loureiro
O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.
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