
Num mundo em que cada vez mais os projetos Indie vão de vento em popa, um pequeno estúdio apenas composto por duas pessoas – Inzanity, decidiu pegar em vários conceitos que já foram sucessos comprovados e agrupa-los num só pacote que apesar de ser familiar, tem o seu charme próprio e destaca-se dos restantes títulos, como Metal: Hellsinger ou Hi-Fi RUSH.
Com o apoio do estúdio Kwalee, fundado pelo ícone da indústria de videojogos e cofundador da Codemasters, David Darling, o lançamento de Robobeat foi feito originalmente no PC a 14 de maio de 2024 através da Steam e Epic Games. Chegando no dia 30 de janeiro às consolas (PS5, Xbox Series X/S e Nintendo Switch) em versão digital, esta versão já inclui todas as atualizações e conteúdos extra que foram adicionados até à data, como faixas musicais vindas de BPM: Bullets Per Minute, DUSK e Ultrakill.
Nas mais de 1300 análises na Steam, 95% delas recomendam Robobeat, mas será que esta aventura rítmica merece a atenção do público das consolas?
Sobre Robobeat
Data de lançamento: 30 de Janeiro nas consolas
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series, Switch
Plataforma testada: PS5
Género: Roguelike / Ritmo
Editora: Kwalee
Preço: 19,49€
Um Roguelike com batida
Neste jogo vestimos a pele de Ace, um bounty hunter que tem na sua mira Frazzer, o excêntrico artista robô, que se encontra nas profundezas de um labiríntico local onde a batida é a rainha. A história deste jogo é feita por alguns logs e em cutscenes pequenas ao fim de cada nível de dificuldade, mas não é certamente o ponto focal do jogo, que opta antes pelo destaque na sua jogabilidade.
Neste local, todas as ações que desempenhamos são extremamente dependentes da música que estamos a ouvir e irão ditar o ritmo da luta. Sendo na sua essência um Roguelike, este jogo é passado na primeira pessoa e no centro da ação (e do nosso ecrã) temos um indicador que nos mostra o ritmo da música e os momentos oportunos em que devemos disparar, ripostar ou usar habilidades da forma mais eficaz.
Para desafiar as nossas capacidades de forma progressiva, Robobeat oferece-nos 4 níveis diferentes que nos desafiam com dificuldades incrementais para que consigamos entrar no ritmo ao nosso passo. Também para nos ambientar a este estranho espaço, temos ao nosso dispor tutoriais que nos vão acomodando às regras fundamentais do jogo de forma acessível e dinâmica, para que não apanhemos uma seca num jogo que tem tanta ação para nos oferecer.
Cada um destes níveis segue a típica fórmula de meter pela nossa frente divisões geradas de forma aleatória e interligados por corredores. Para escolher o nosso caminho, temos uma porta que inclui as diferentes possibilidades que podemos encontrar e nos indicam que podem levar-nos a mais inimigos, a desafios de platforming ou uma loja onde temos a opção de comprar armas e itens, entre outras. Estes caminhos são também divididos em áreas opção de comprar armas e itens, entre outras. Estes caminhos são também divididos em áreas distintas com visuais e layouts diferentes, separados por uma área onde podemos gastar um dos diferentes tipos de moeda do jogo para desbloquear novas armas e skills ativas.
Temos, também, uma decente variedade de inimigos que possuem padrões rítmicos individuais aos quais vamos ter que nos habituar para conseguir chegar ao fim e que farão tudo para levar a nossa vida a 0 e obrigar-nos a voltar ao Hub, a nossa base de operações. Ao fim de cada área, com a exceção da área inicial, teremos pela frente um boss que oferecerá um desafio maior, no entanto, a variedade dos mesmos é escassa e o moveset de alguns é previsível após alguns encontros.
Power-ups e mais progressão rítmica
Para nos ajudar na nossa missão, temos ao nosso dispor um arsenal considerável de armas e outros itens para destruir os inimigos. Desde revolvers simples que recompensam tiros certeiros em pontos críticos, até raquetes de pingue-pongue que lançam bolas explosivas capazes de rebentar com o que aparecer no caminho, encontraremos certamente algo que encaixe no nosso estilo de jogo, seja ele através de armas de longo alcance ou algo mais íntimo como armas corpo-a-corpo. Conforme formos progredindo ao longo dos níveis, vamos encontrar versões mais fortes deste arsenal que apenas acrescentam mais dano…, mas isso é o que queremos: simples e eficaz. Cada arma inclui também padrões específicos que envolvem ripostar ou efetuar outras ações que, por vezes, nos saem naturalmente no meio da ação e que acrescentam mais dano, mencionando também que algumas armas possuem também skills que variam o seu modo de fogo. Apesar disso, nas horas que passei com este jogo, reparei que certas armas estavam disponíveis para escolher de forma excessiva enquanto que outras em determinados runs parecia impossível encontra-las, o que tornou a experiência neste aspeto um bocado repetitiva.
Imagem capturada por Geekinout
Além disso, vamos encontrar um outro tipo de equipamento que podemos usar e está apenas dependente do seu cooldown que, por norma, dura apenas alguns segundos. Neste tipo de acessórios, temos alguma variedade como um que abranda o tempo durante alguns segundos, uma nuke que dizima inimigos numa área condensada e um íman que aglomera grupos de inimigos no ar, deixando-os à nossa mercê, entre muitos outros. Também podemos encontrar diferentes níveis destes complementos à nossa personagem, tal como acontece com as armas.
Também para fortalecer Ace, vamos encontrar um tipo diferente de sala que tem benefícios extra para nos dar. Estes são habilidades passivas que serão importantíssimas para que levemos a run até ao fim com sucesso, dando-nos buffs como redução de dano, poças ácidas que dão dano aos inimigos ou dano extra ao ripostar os ataques. Estes são apenas uma pequena fração do que podemos obter e todos estes efeitos são cumulativos até que, tal como acontece com o restante equipamento, a nossa aventura num específico nível chegue ao fim, a bem ou a mal.
Um outro tipo de item que vamos encontrar conforme progredimos no jogo, mas que ficam no nosso inventário de forma permanente, são as importantíssimas cassetes de áudio. Estas cassetes, que podemos alterar a meio dos níveis, fornecem-nos a trilha sonora que define os BPM ao qual as nossas ações devem ocorrem e, além de funcionais em termos de jogabilidade, oferecem também umas batidas que nos vão fazer bater o pé a cada premir do gatilho. Podem não ser umas composições majestosas e ricas, mas são faixas que fazem bem o seu papel e vão ficar na nossa cabeça.
Experiência na consola
Para sentir a batida de Robobeat, utilizei o modelo base da PlayStation 5 que não teve qualquer problema a reproduzir este título. Tal como habitual, o jogo inclui 2 opções gráficas e por defeito aplica o modo Performance que oferece 120FPS, sendo isto algo fundamental num jogo tão veloz e rítmico como este, tendo o ocasional dip que, na minha experiência, foi muito raro. A opção de Qualidade reduz a taxa de refrescamento para 60 o que também serve perfeitamente para este título, contudo, recomendo o modo anterior já que vamos a correr e a saltar pelos mapas fora de forma ágil e, para tal, é preferível a fluidez extra.
Imagem capturada por Geekinout
Imagem capturada por Geekinout
O Dualsense é bem empregue, aplicando o feedback háptico do comando de forma interessante, oferecendo aquela sensação extra a cada disparo do gatilho e a vibração do comando em si durante alguns momentos bombásticos no meio da ação, que acrescentam aquele extra que sabe sempre bem quando estamos realmente a entrar na “zona” enquanto demolimos inimigos.
Algo que também não passou para as versões de consolas e que existe nas versões de PC é a opção de adicionar as músicas que quisermos à biblioteca do jogo, o que é uma pena pois isso adicionaria um novo nível de diversão e variedade para quem não gostar do repertório musical incluído.
Prós
Jogabilidade frenética e cheia de ação, quase todas as horas aqui são de pura diversão;
Trilha sonora que encaixa que nem uma luva e carrega bem o foco rítmico;
Boa variedade de armas, habilidades e outros equipamentos para a nossa personagem;
Port bem conseguido para consolas, sem bugs ou outros problemas na minha
experiência.
Contras
Pouca variedade de bosses que possuem um leque de ataques previsível após alguns encontros;
Alguma preferência por parte do RNG em certas armas, diminuindo a diversidade;
A ausência de poder adicionar faixas de áudio personalizadas ao jogo, como acontece no PC.

Veredicto
Robobeat é uma junção de vários elementos que funcionam e executados de forma excelente, apesar da variedade de bosses ser escassa e as possibilidades de certas armas nos saírem de forma repetida ser um pouco entediante. Ainda assim, estes pontos negativos são apenas gotas no oceano de uma experiência que sabe bem o que quer ser e fá-lo com sucesso. Este port para a PS5 está bem-conseguido, sem bugs que eu tenha observado. A única coisa que está em falta, e que gostaria que fosse adicionado à versão das consolas, era a possibilidade de adicionar faixas de áudio personalizadas, apesar de ter gostado da escolha de música que nos é oferecida.
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Pedro Gomes
Um verdadeiro amante de videojogos desde muito cedo e sendo o seu hobby preferido sempre, o Pedro tenta agora, como um adulto irresponsável, arranjar tempo para uma jogatana quando os seus dois demónios peludos favoritos o permitem.

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