Shinobi: Art of Vengeance – O regresso que os fãs da Sega esperavam?
- por Pedro Gomes
- 6 de agosto, 2025
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Uma das propriedades mais clássicas da SEGA está de volta, após um desaparecimento que durou quase 15 anos, considerando que a última aparência de Joe Musashi foi na Nintendo 3DS em 2011 com Shinobi 3D.
Agora trazido de volta à vida neste reboot pelo estúdio Lizardcube, responsável por Streets of Rage 4 e Wonder Boy: The Dragon's Trap, Shinobi Heart of Vengeance pretende dar a conhecer esta franquia de Hack n' Slash a uma nova geração de jogadores e reconectar velhos fãs de uma "relíquia" que deu os seus primeiros passos nos Arcades e na Master System em 1987 e 1988, respetivamente, altura em que a SEGA ainda entrava nas disputas das consolas.
Para aguçar o apetite para fãs de jogos de ação em 2D, está agora disponível uma demo que coloca nas nossas mãos o primeiro nível para explorar a fundo. Será que este shinobi voltou à vida e vai agarrar o seu lugar, ou será apenas mais um reboot desnecessário destinado a falhar? Estas são as minhas primeiras impressões retiradas da pequena demonstração.
Sobre Shinobi Art of Vegeance
Data de lançamento: 29 de Agosto de 2025
Preço oficial: 29,99 euros
Género: Plataformas / Ação
Editora: SEGA
A história não perde muito tempo com detalhes e, logo nos primeiros momentos do jogo, a nossa vila natal e os pupilos de Joe Musashi, mestre das artes ninja e a personagem que controlamos, são emboscados sem tempo de reação. Colocando o nosso protagonista no caminho para a vingança, o nível que é disponibilizado leva-nos a passar pela destruição causada, pelo ar livre e em templos imponentes.
Imagem capturada por geekinout.pt
Com vários segredos e caminhos escondidos prontos para serem descobertos, numa exploração um pouco semelhante a um metroidvania, Art of Vengeance oferece várias opções de movimento e passagens fechadas cuja habilidade para as abrir é desbloqueada ao final do nível da demo. Ainda assim, o aspeto de platforming pareceu ficar comparativamente um pouco atrás, pelo menos na área que completei, não deixando de incluir um desafio mais exigente deste género e outro que também me deixou em sentido, mas mais “acessível”. Ainda que esta vertente esteja bem presente, não é por demérito que digo que fica atrás, mas sim porque é óbvio que foi dado mais ênfase ao combate, e é isso que vou abordar de seguida.
Pela minha frente, encontrei uma boa variedade de inimigos, desde o ninja mais básico que não foi grande ameaça até oponentes que envolvem mais componente estratégica, como os que conseguem regenerar a vida dos seus companheiros de luta, sendo assim o alvo prioritário, e os que enviam ondas de choque, algumas das quais não podem ser desviadas, entre outros. Esta demonstração também oferece duas lutas mais desafiantes: uma encontrada a meio do nível e outra que demarca o seu fim. O grau de dificuldade pareceu-me bem ajustado, pelo menos no modo recomendado, sendo que existe alguma variedade de opções para ajustar o nível de desafio conforme o jogador desejar, desde presets tradicionais até vários sliders que podem ser modificados individualmente.
Joe Musashi, sendo o mestre que é, traz consigo um imenso arsenal para combater as forças adversárias. Com Light e Heavy Attacks que podem ser usados em vários combos, kunais feitos para serem arremessados de forma a desfazer-me de uma ameaça à distância e um dash aéreo ou terrestre que nos proporciona i-frames essenciais de forma a evitar vários ataques poderosos. Ao explorar o mapa, completando os desafios escondidos ou comprando no merchant em troca de moedas, podemos desbloquear combinações adicionais que acrescentam uma grande variedade de movimentos, recompensando os jogadores mais curiosos e exploradores.
Imagem capturada por geekinout.pt
Além disso, também temos no nosso arsenal o Shinobi Takedown, que nos permite desfazer de vários rivais ao mesmo tempo, assumindo que tenhamos infligido dano suficiente, algo que é indicado de forma intuitiva. Quantos mais inimigos forem aniquilados por uma instância desta habilidade, mais recompensas em forma de dinheiro, HP recuperado e kunais recebemos, portanto esta é uma ferramenta essencial para o nosso sucesso.
Podemos também equipar alguns amuletos, que requerem um mínimo de ataques bem-sucedidos sem levar dano para ativar os seus efeitos e itens que nos dão novas habilidades como uma explosão de fogo ou uma barragem de kunais, adicionando ainda mais à variedade do combate. Por fim, a demo dá também acesso às demolidoras Ninjutsu Stances: a que pude usar, permitiu que destruísse completamente uma horda de inimigos em segundos, sem dar chance de retribuição, numa animação cheia de estilo e cor, estando apenas limitado pelo preenchimento da Rage Gauge. Não faltam armas de destruição a Joe Musashi, falta sim saber se os inimigos estão à altura!
Apresentado num mundo 2D com gráficos pixéis inspirados na tirada mais famosa do estúdio - Streets of Rage 4, os ambientes são bem detalhados, mas nunca desviaram o meu foco da ação que decorria no ecrã. Todos os ataques são bem animados, com feedback de impacto bem satisfatório e a adição de um ligeiro slow-motion a cada golpe bem-sucedido é a cereja no topo do bolo. Jogando na Nintendo Switch 2, a taxa de resolução esteve sempre estável nos 60 FPS e o modo handheld pareceu-me o ideal para desfrutar da ação, já que o peso na bateria da consola não era excessivo, portanto sessões mais prolongadas são bem possíveis. Ainda assim, experienciar este jogo em modo docked num ecrã grande, de forma a poder apreciar os ambientes coloridos, vale igualmente a pena.
Imagem capturada por geekinout.pt
Em cerca de 1 hora que passei com o título, Shinobi: Art of Vengeance pareceu-me bastante promissor. Um Hack n' Slash cheio de ação com montes de maneiras de fazer frente aos inimigos, com ligeiros elementos de metroidvania e um estilo visual bem aplicado, que tem tudo para ser um sucesso dentro do género.
Saindo no PC, Nintendo Switch 1/2, PS4/5 e Xbox Series X/S a 29 de Agosto, o seu pior inimigo é a data de lançamento, coincidindo com a semana onde saem Metal Gear Solid Delta: Snake Eater, a edição para a Switch 2 de Kirby and The Forgotten Land e o Gears of War: Reloaded, entre outros títulos de peso. O que joga a seu favor é o preço promocional de 26.99€ para pré-reserva e a disponibilidade abrangente em termos de plataformas.
Pessoalmente estou curioso para ver a experiência completa, mas falta saber se num ano tão recheado como tem sido 2025 este reboot vai ter pernas para andar ou se vai cair na obscuridade.
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Pedro Gomes
Um verdadeiro amante de videojogos desde muito cedo e sendo o seu hobby preferido sempre, o Pedro tenta agora, como um adulto irresponsável, arranjar tempo para uma jogatana quando os seus dois demónios peludos favoritos o permitem.
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