Donkey Kong Bananza: DK Island + Emerald Rush DLC (análise) | Adição decente, preço desajustado
- por Pedro Gomes
- 19 de setembro, 2025
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Após o enorme sucesso de Bananza, que recebeu merecidamente um 9 na minha análise, dando um necessário empurrão ao catálogo da Switch 2, Donkey Kong e Pauline estão de volta ao ativo no DLC DK Island + Emerald Rush! Nem 2 meses após o lançamento do jogo base, um novo DLC está disponível por 20€, incluindo uma expansão que adiciona mais conteúdo após a campanha ser concluída, de forma a proporcionar mais horas de macacada. Mas será que as novas adições justificam o preço de entrada, ou é algo que não irá saciar a fome do jogador nem a de DK?
Versão testada: Nintendo Switch 2
Editora: Nintendo
Preço: €19,99
Uma nova localização por descobrir
Viajando à superfície, podemos visitar um icónico local da história Donkey Kong e repleto de nostalgia para fãs do universo, DK Island. Trazida a um nível de fidelidade muito mais moderno e servindo como um novo mapa para explorar, aqui terás mais superfícies para destruir e rostos familiares da aventura base para encontrar. Um dos principais regressos é o de Void Kong, que largou a sua obsessão pela Banandium Root e procura agora encher os seus bolsos com um novo minério, requerendo a ajuda de DK e Pauline para meterem as mãos ao trabalho, agora que os seus súbditos anteriores lhe viraram as costas.
Em termos de história, não há aqui nada de relevante, o foco é inteiramente debitado no modo Emerald Rush e na sua jogabilidade. DK Island em si também não inclui nenhum dos colecionáveis que preenchem as várias camadas do jogo base, como as Banandium Gems ou fósseis, pelo que a exploração é principalmente alimentada pela nostalgia do quão emblemático este local é para a franquia de Donkey Kong. O elemento de Collectathon está associado às atividades do modo Emerald Rush, permitindo obter de forma mais rápida as cobiçadas Banandium Chips que podem ser trocadas, via um NPC, por uma boa quantidade de estátuas que vão lentamente povoando a ilha. Infelizmente, devido aos sacrifícios a nível gráfico que não permitem a renderização de imensos objetos até que estejamos a uma certa distância, estas peças acabam por não preencher o terreno da forma mais apropriada, desaparecendo da nossa vista assim que nos afastamos ligeiramente.
Esta parte do DLC salva-se pelas memórias que invoca, mas é uma área relativamente pequena, quando comparando com outras presentes no jogo, apesar de ser um mapa com imenso detalhe. Acaba ainda assim por ser um local vazio, funcionando apenas como um género de hub para o novo modo de jogo, tornando-se em potencial desperdiçado. Pelo preço pedido, seria esperado que houvesse algo mais a fazer aqui, já que acaba por ser uma das “metades” da expansão.
Imagem capturada por Geekinout.pt
À caça das esmeraldas
Se já colecionaste tudo o que havia para colecionar nas várias camadas de Bananza, o modo Emerald Rush vem adicionar mais horas de diversão. Nesta caça contra o tempo em estilo roguelike, teremos que ajudar a nossa nova entidade patronal, Void Kong, a encontrar este novo elemento tão valioso.
Revisitando as várias camadas da aventura principal, DK e Pauline entram numa luta contra o tempo para atingir a quantidade de diamantes requerida ao longo de várias rondas cada vez mais desafiantes. Através de vários buffs que se disponibilizam a cada fóssil partido, certas bananas ingeridas ou completando as várias missões que Void Kong nos apresenta, multiplicamos, literalmente, os nossos ganhos. Seja por aumentar a quantidade de diamantes adquirida ao eliminar um certo tipo de inimigo, por elevar o número que encontramos em caixas ou baús subterrâneos e também adicionando multiplicadores a certos ataques das nossas formas Bananza, a variedade de melhorias é extensa.
Cada camada oferece diferentes graus de dificuldade e é também possível aumentar o desafio ao adicionar condicionantes extra, removendo as transformações de DK até as encontrarmos em Banandium Gems, aumentando a quantidade de minérios necessários para passar a próxima ronda e colocando as várias missões que Void Kong nos dá em posições mais desafiantes. Ao completar todas as rondas disponíveis ou acabando o tempo sem que a quota pretendida seja atingida, a nossa expedição termina e recebemos o nosso relatório. Através dos nossos desempenhos, vamos ganhando pontos que desbloqueiam novas camadas para explorar em busca de diamantes, novos buffs, roupas para DK e Pauline que dão boas ajudas neste modo e também progressão na hierarquia da Void Co.
Imagem capturada por Geekinout.pt
Com um estilo de jogo mais frenético e repleto de adrenalina, há aqui uma grande diferença quando comparado com a exploração mais relaxada e que se adapta ao passo de cada um, sendo aqui o momento em que me apercebi o motivo pelo qual não me senti tão entusiasmado por iniciar uma nova sessão neste DLC, como sentia em voltar à aventura base. Enquanto que adorava descobrir novas camadas, novas bananas secretas e completar os vários desafios pelo capítulo principal, em Emerald Rush não há nenhuma destas novidades, excluindo até sensação de descoberta que estava presente, optando antes por revisitar locais já conhecidos com desafios que, ao fim de algumas sessões, se tornam repetitivos. Sem novas formas introduzidas para quebrar o ritmo ou habilidades para aprender, a sensação de repetição acaba por se assentar rapidamente em cada ronda e as constantes pausas para aplicar buffs, receber notificações de objetivo cumprido ou para dar fast travel, não ajudam ao sentimento de monotonia que se foi instalando em mim.
O modo é diferente do resto presente em Bananza, o que acrescenta variedade, mas para mim o ponto forte de jogar roguelikes é o de descobrir novas habilidades, combinações divertidas e tornar a minha personagem cada vez mais potente. Aqui, Donkey Kong é apenas despido das skills que aprendeu connosco o jogo todo e obriga o jogador a ter que as “reaprender” a cada sessão. Sendo muitas destas completamente irrelevantes neste modo, em quase todas as tentativas acabava por apenas dar upgrade aos meus pontos de vida, à capacidade dos meus punhos desfazerem terrenos mais rijos e um ou outro upgrade mais circunstancial às skills Bananza. Mais uma vez, tudo isto não ajudou à sensação de repetição aqui presente e, pelo preço pedido, isto levanta mais um problema.
Imagem capturada por Geekinout.pt
Preço complicado de justificar
Num jogo que já por si só custa 69.99€, ainda que aqui esteja uma experiência de grande nível que recomendo vivamente, adicionar um DLC por mais 19.99€ nem dois meses após o seu lançamento é uma medida arrojada por parte da Nintendo. Ainda que DK Island & Emerald Rush não seja uma adição essencial para Bananza, o valor pedido não deixa de ser desajustado pelo que está a ser oferecido ao jogador. A nova localização é praticamente vazia e o novo modo não foi propriamente a coisa mais apelativa para mim, ainda que reconheça que é uma maneira opcional de afundar uma boa quantidade de horas no jogo, apesar da sua natureza repetitiva. Uma redução do valor pedido pelo menos para metade não seria algo descabido, mas o mais natural seria que este DLC estivesse disponível de forma gratuita, considerando o preço já elevado do jogo base.
Levanta-se a questão de saber se vale ou não a pena a compra quando existem várias experiências completas pelo mesmo valor ou semelhante. É inevitável a comparação com Hollow Knight Silksong, que oferece dezenas de horas de conteúdo de qualidade ao jogador pelo mesmo preço, mas o mercado indie continua a bombear pérolas que também andam dentro deste custo ou até sendo mais baratos.
Num ano marcado pelo quebrar da barreira dos preços dos jogos, deixando-a agora em 89.99, as práticas mais recentemente anunciadas neste último Direct acentuam o facto de que as piores tendências deste mercado estão a roçar fortemente na empresa nipónica. Com DLCs anunciados antes do lançamento do jogo como em Legends Z-A e remasters a custar o preço de um jogo AAA completamente novo, é uma pena que estes talentosos estúdios acabem por ser afetados negativamente perante o público devido às decisões mais complicadas de justificar da Nintendo, sendo o preço desta expansão mais uma delas.

Veredicto
O DLC DK Island & Emerald Rush introduz novo conteúdo post-game que, apesar de ser repetitivo ao fim de algumas horas, são uma boa maneira de afundar mais horas numa das melhores experiências da Switch 2 até ao momento. Com uma nova localização nostálgica que infelizmente não contém grandes surpresas e um novo modo de jogo frenético que rapidamente se tornou repetitivo para mim, a minha maior critica é ainda assim relativa ao preço, tornando este conteúdo adicional, que seria muito melhor visto caso fosse uma atualização gratuita a Bananza, numa adição com um preço desajustado que não justifica inteiramente o bilhete de admissão.
Pedro Gomes
Um verdadeiro amante de videojogos desde muito cedo e sendo o seu hobby preferido sempre, o Pedro tenta agora, como um adulto irresponsável, arranjar tempo para uma jogatana quando os seus dois demónios peludos favoritos o permitem.

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