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Drácula: Uma História de Amor (Crítica) - O romance sombrio que não sabias precisar

Drácula: Uma História de Amor
Crédito da imagem: NOS Audiovisuais

Com tantos filmes já dedicados ao mito de Drácula, desde adaptações imortais como Drácula de Bram Stoker (1992) até a visão mais recente em The Last Voyage of the Demeter (2023), será que ainda há espaço para reinventar o vampiro mais célebre da literatura e do cinema?

Luc Besson acredita que sim.

O realizador de clássicos como O 5º Elemento, Nikita e Lucy decidiu enfrentar este novo desafio. E vale a pena realizar que o próprio Bram Stoker teve dedo no guião, pelo que Drácula: Uma História de Amor não é uma adaptação qualquer.

Como o subtítulo sugere, este filme afasta-se do lado mais aterrador de Drácula para explorar a sua paixão eterna por Elisabeta, a primeira mulher que perdeu tragicamente e cuja morte o levou a renegar Deus e abraçar o destino de vampiro.

Ao contrário de The Last Voyage of the Demeter, baseado apenas no capítulo The Captain’s Log do livro de Bram Stoker, Uma História de Amor é mais ambicioso. Aborda a origem de Vlad, a intensidade da sua devoção por Elisabeta e o sofrimento devastador que o transformou na criatura imortal que conhecemos.

Ainda assim, não estamos perante um terror puro. Este é, acima de tudo, um romance com elementos sombrios. Há momentos grotescos, um Drácula de aspeto inquietante e cenas sangrentas de morder pescoços, mas o foco está em humanizar o vampiro mais temido de todos os tempos.

Caleb Landry Jones revela-se uma escolha acertada para o papel principal. O talento expressivo e os traços naturalmente inquietantes do ator conferem profundidade à personagem. O elenco de apoio não fica atrás, com Christoph Waltz a brilhar como o Padre e Zoë Bleu a dar vida a uma Elisabeta delicada, mas memorável.

A nível visual, o filme impressiona. A cinematografia aposta em sombras densas e texturas ricas que criam ambientes palpáveis, capaz de nos mergulhar no castelo do Drácula. É curioso também como Besson aposta em cenas mais luminosas e vibrantes para contar a história de origem de Drácula, contrastando posteriormente com cenas sombrias para induzir o espetador no mesmo estado mental da personagem.

O ritmo da narrativa flui de forma consistente, mas perde algum fôlego na reta final, prolongando-se demasiado antes do clímax. Há uma certa insistência em diálogos que pouco acrescentam, tornando essa secção mais arrastada e, por vezes, aborrecida, como se o filme não confiasse que o espectador já tinha compreendido tudo o que precisava.

Portanto, vale a pena assistir a Drácula: Uma História de Amor?

Um 7/10 é um jogo sólido, com algumas falhas acentuadas, mas que no geral vai agradar a toda a gente. É uma compra segura, desde que estejas consciente das falhas.

Veredicto

Na minha opinião, sim. É um filme sólido, bem realizado e que, apesar de surgir num universo já saturado de adaptações, consegue oferecer uma perspetiva própria. Não é a reinvenção definitiva do mito, mas é suficientemente envolvente para cativar quem gosta de boas histórias de vampiros. Só não vás com a expectativa de encontrar um clássico do terror, porque no fundo, este é sobretudo um drama romântico com salpicos de terror. Não é o terror que esperas, mas é o romance sombrio que não sabias precisar

Autor

Jorge Loureiro
Fundador da GeekinOut

O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.