Elevation (crítica) | Novo conceito que repete os mesmos clichés
- por Jorge Loureiro
- 22 de novembro, 2024
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2400 metros. Esta é a altitude que mantém os sobreviventes de Elevation – Linha de Perigo a salvo de uma ameaça mortal que, em apenas um mês, dizimou 95% da população humana. O conceito central deste filme, dirigido por George Nolfi (responsável pelo premiado The Banker, 2020), é novo, embora esteja ancorado nos mesmos moldes de outros filmes do género de ficção científica e pós-apocalíptico.
Neste filme, a ameaça são criaturas enigmáticas que, de forma abrupta, surgiram do solo e começaram a matar os humanos indiscriminadamente. O mais curioso é que o seu alvo são apenas os humanos; os outros animais e seres-vivos não despertam qualquer reacção violenta nas temíveis criaturas. O que salvou os poucos humanos que restaram foi uma particularidade destas criaturas: não conseguem ultrapassar os 2400 metros de altitude. Como resultado, os sobreviventes refugiaram-se nas montanhas, dando origem a pequenas colónias auto-sustentáveis.
O que se separa a segurança do perigo é uma linha real demarcada por pedras brancas, elaborada pelos sobreviventes, que indica quando se está prestes a baixar dos 2400 metros. A vida nas montanhas não é assim tão má. A electricidade não é abundante nem outras comodidades, mas não falta comida, seja através da caça dos animais que vivem na natureza ali à volta, ou no que se aproveita da cultivação. O único problema é se alguém precisa de cuidados médicos especiais.
Sobre Elevation - Linha de Periogo
Duração: 1h31m
Realizador: George Nolfi
Géneros: Acção, Sci-Fi, Thriller
Data de estreia: 21 de Novembro de 2024
É neste cenário que começa a história de Will (Anthony Mackie), um pai determinado a garantir a sobrevivência do seu filho Hunter (Danny Boyd Jr.), que sofre de uma condição respiratória que exige o uso de uma máquina respiratória durante a noite. Quando os filtros da máquina acabam, Will aposta tudo numa perigosa expedição para vasculhar um hospital não muito longe, mas que fica bem abaixo da linha segura dos 2400 metros.
Na atmosfera que o filme constrói, o perigo das criaturas é constante. As criaturas conseguem detectar os humanos a longas distâncias através do dióxido de carbono que emitem no simples acto de respirar. As criaturas são rápidas, fortes e impiedosas. Os humanos não têm qualquer hipótese, nem com armas de fogo, devido ao escudo impenetrável que protege o corpo das criaturas.
Will conta com a ajuda de Katie (Maddie Hasson), uma mulher destemida, e Nina (Morena Baccarin), uma cientista que se dedica a estudar as criaturas desde que apareceram. No caso de Nina, a sua motivação vai além de querer salvar Hunter. Acredita que pode encontrar uma maneira de derrotar as criaturas e partir a sua barreira de proteção se tiver acesso ao seu antigo laboratório, que fica na mesma cidade do hospital.
Com um elenco reduzido e uma história simples e directa, Elevation – Linha de Perigo é um daqueles filmes que vês, ficas ligeiramente entretido, mas que depois vais esquecer. Embora consiga captar a atenção no início, a história alha em oferecer respostas satisfatórias às muitas questões que surgem ao longo da aventura para chegar ao hospital. As respostas parecem ter sido atiradas para uma potencial continuação. As portas ficam abertas com uma cena que surge a meio dos créditos.
A estrutura do filme resume-se a uma série de sequências de perseguição e fuga, em que as criaturas são o mecanismo principal para gerar tensão e perigo entre os três sobreviventes. Apesar da ameaça constante das criaturas, não têm impacto visual quando finalmente as vemos na totalidade. É uma mistura entre traços de monstros conhecidos, como Alien e uma versão miniatura de Godzilla. Ficou a faltar um design mais impactante e original. Apesar de serem mortíferas, as criaturas não têm um aspecto aterrador.
Veredicto
A seu favor, Elevation – Linha de Perigo tem alguma originalidade na premissa de que as criaturas não podem ultrapassar os 2400 metros. De certa forma, faz lembrar outros filmes de sucesso como A Quiet Place (2018), em que existe uma forma de escapar à ameaça. Porém, tem contras evidentes. Carece de um desenvolvimento mais aprofundado da trama e a maior evidência disso é a falta de respostas. O resultado é um final altamente insatisfatório e com pouca substância. Como um filme, preserva alguma capacidade de entreter, mas rapidamente se esquece porque não apresenta nada memorável. É apenas mais um filme que mistura sci-fi e um cenário pós-apocalíptico, repetindo todos os clichés que já conhecemos.
Jorge Loureiro
O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.
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