GTA em Portugal ou Brasil no futuro? É mesmo para esquecer…
- por Jorge Loureiro
- 3 de novembro, 2025
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A esperança de ver um Grand Theft Auto ambientado fora dos Estados Unidos parece definitivamente enterrada. Em entrevista ao podcast de Lex Fridman, Dan Houser, cofundador da Rockstar Games e principal argumentista da série, foi direto: “há demasiado ADN americano em GTA”.
A conversa surgiu quando Fridman recordou o breve desvio britânico da saga, com Grand Theft Auto: London 1969, lançado como um pacote de missões para o primeiro GTA em 1999. Desde então, os fãs têm pedido um jogo completo em Londres, e alguns até sonham com versões em países como Portugal ou Brasil, onde o fascínio pela série é enorme.
Mas Houser deitou por terra qualquer hipótese de ver um GTA ambientado fora dos Estados Unidos:
“Fizemos uma pequena coisa em Londres há 26 anos, GTA London, para a PS1. Foi engraçado, mas sempre sentimos que havia demasiado ‘americana’ no ADN da série. Seria muito difícil fazê-la funcionar noutro sítio. Precisávamos de armas, de personagens maiores que a vida. GTA é sobre a América — talvez até vista de fora — mas sempre sobre a América.”
A resposta confirma o que muitos já suspeitavam: GTA é um espelho deformado da sociedade norte-americana, um mundo onde o capitalismo, a corrupção, o poder e o sonho americano se misturam num retrato satírico que dificilmente teria o mesmo impacto noutro país.
Para Houser, cidades como Los Angeles, Miami ou Nova Iorque são perfeitas para esse propósito. “São fusões culturais, cheias de glamour, crime, imigrantes e contrastes. É como uma versão psicótica de um livro de Dickens”, disse.
E se Londres, com toda a sua história, não encaixa nessa visão, imaginar um GTA passado em Lisboa ou no Rio de Janeiro parece ainda mais improvável. Apesar de a América Latina e o sul da Europa oferecerem cenários ricos em drama e desigualdade social, GTA sempre foi, nas palavras do seu criador, “uma carta de amor e ódio à América”.
No fundo, o que Houser confirma é que GTA nunca foi apenas sobre o crime. É uma sátira à forma como os EUA vendem o sonho e convivem com o caos, e isso é algo que não se traduz facilmente noutra cultura.
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Jorge Loureiro
O Jorge acompanha ferverosamente a indústria dos videojogos há mais de 14 anos. Odeia que lhe perguntem qual é o seu jogo favorito, porque tem vários e não consegue escolher. Quando não está a jogar ou a escrever sobre videojogos, está provavelmente no ginásio a treinar o seu corpo para ficar mais forte do que o Son Goku.
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