Mullet Mad Jack | Um FPS roguelite rápido e viciante

Já ouvi dizer múltiplas vezes nos últimos tempos que os jogos indie / de menor escala estão a levar 2024 ao colo. Tenho de confessar que concordo, nesta review temos mais uma amostra do porquê.

Mad Mullet Jack é um FPS roguelite de temática cyberpunk desenvolvido pelo estúdio brasileiro Hammer95. Pouco-a-pouco, a indústria brasileira de videojogos tem-se firmado como uma potência em crescimento e Mad Mullet Jack entra directamente para a lista de melhores jogos a sair daquele território.

Sobre Mad Mullet Jack

• Data de lançamento: 15 de Maio

• Plataformas: PC

• Géneros: FPS, Roguelite, arcade

• Estúdio: Hammer95 Games

Tens que salvar a princesa streamer

Salvar a princesa... streamer? Onde é que já vimos algo semelhante? Mad Mullet Jack não esconde as suas influências, incluindo esta bela referência a Super Mario, afinal o jogo inteiro é uma ode aos anos 90.

No mundo do jogo, estamos em 2090. Como é hábito num jogo cyberpunk, a sociedade evoluiu para algo perverso em que o respeito pela condição humana é meramente uma nota de rodapé. Controlas uma personagem que está ligado a pequeno aparelho que lhe injecta uma dose de dopamina de cada vez que mata alguém.

No início de cada nível, tens apenas 10 segundos de vida. Quando um inimigo te acerta, a tua vida é reduzida ainda mais rapidamente. A tua única forma de continuar a viver é estar sempre a correr e a matar inimigos num frenesim sangrento em que a violência é recompensada. Se acertas um tiro na cabeça ou mandas um inimigo contra um obstáculo como ventoinha ou caixa de electricidade, ganhas segundos bónus.

Cada nível não dura mais que 1 minuto

É um jogo rápido, frenético e que nos deixa sempre a desejar por mais. Os níveis são extremamente curtos e na minha experiência nunca duraram mais do que um minuto. A minha média para terminar um nível andava nos 37 a 55 segundos. Até os confrontos com os bosses são de curta duração.

Os níveis parecem ser gerados aleatoriamente com base em secções pré-feitas, por isso, rapidamente tudo se torna familiar. No entanto, à medida que avanças de capítulo (cada capítulo é composto por 10 níveis / andares) são introduzidos mais obstáculos e novidades, como lasers, ventoinhas que te causam dano, secções de plataformas, e outras coisas.

A cada nível que avanças, podes escolher mais um power-up para a personagem. Existem mais de 50 no jogo, mas a cada nível tens que escolher apenas 1 entre 3 possíveis. Para mim, há claramente uns que são melhores do que outros, como aqueles que te dão bónus de movimento (afinal, este é um jogo em que ser rápido compensa).

Em questão de armas, senti falta de um pouco mais de variedade. Tens uma pistola, SMG, caçadeira, arma laser e catanas de fogo / gelo. Há também outro tipo de armas, como uma manchete, que podes apanhar a meio dos níveis para executar um violento finisher. No final de cada capítulo, apenas podes escolher um power-up (entre todos os que desbloqueaste) para levar para a próxima rodada de níveis.

Um FPS roguelite

Os jogos do género rogue são aqueles em que quando perdes, começas de novo. Nos anos recentes, tem sido um género de popularidade crescente por serem, tipicamente, jogos viciantes com ciclos de jogabilidade que prendem o jogador e o encorajam a tentar uma e outra vez.

Este jogo funciona dessa forma, embora não seja tão difícil de chegar ao final quanto outros exemplares do género rogue. Mad Mullet Jack é desafiante, mas não ao ponto de te fazer arrancar os cabelos.

A estrutura do jogo está dividida por andares, Sempre que escalas 10 andares, avanças um capítulo. Quando perdes, só voltas ao início do capítulo onde estavas, não regressas ao início de tudo. No final de cada capítulo, está um boss à tua espera, sendo que cada um é mais difícil do que o outro.

Um espectáculo visual e sonoro

Mad Mullet Jack adopta de propósito um estilo gráfico retro, mas é lindo de se ver em movimento, com cores vibrantes e uma estética que nos faz lembrar os melhores FPS que surgiram na década de 90. Obviamente, para quem não viveu aquela época, o apelo pode ser menor. A banda sonora é tão viciante como o resto do jogo, aliciando os nossos sentidos a continuar a jogar.