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Super Mario Galaxy 1 + 2 Remastered (análise) | Duas superaventuras galácticas com uma cara refrescada

Super Mario Galaxy 1 + 2 análise
Imagem capturada por Geekinout.pt

Não é novidade para ninguém o facto de que Mario é das personagens mais reconhecidas do mundo. Até mesmo para quem não pesque nada de videojogos e só o conheça a ele (e aos seus colegas Pikachu, Sonic e companhia), já que este é um nome com várias décadas de sucesso e repleto de títulos inovadores que agradam a miúdo e a graúdo. Se recuarmos à época em que a Nintendo Wii era a grande aposta em termos de consolas por parte da empresa nipónica, um par de jogos conseguiram deixar a sua marca de classe na consola devido à sua inovação e criatividade sem par no que toca a jogos de plataformas.

Super Mario Galaxy 1 em 2007 e a sua sequela de 2010 foram ambos um par de marcos para a Wii. Apesar de não terem sido vencedores do título de jogo do ano aquando dos seus respetivos lançamentos, foram considerados umas verdadeiras pérolas do género e aclamados pela sua originalidade, charme e música memorável.

Antes de mais, quero admitir que nunca tive a oportunidade de jogar os títulos originais e esta é a minha primeira experiência com os Super Mario Galaxy. Tendo na minha juventude o meu acesso à franquia através da Nintendo 64, onde fiquei verdadeiramente obcecado com o Super Mario 64, acabei por o passar a 100% e fiquei desejoso de mais. Acabando, no entanto, por estar ausente do ecossistema da Nintendo após essa consola, voltando apenas aquando do lançamento da versão original da Switch, acabei por perder completamente estes dois títulos.

Ouvindo desde sempre falar muito bem dos originais, mas nunca chegando ao ponto de investir numa Wii e nos jogos em si, tenho agora a chance de visitar, pela primeira vez, estes dois clássicos. Trazendo consigo um maior grau de fiabilidade graças a estas remasterizações, falta saber a nova camada de tinta que estes títulos receberam os ajudaram a modernizar-se para uma nova audiência e se envelheceram com graciosidade ou se os anos não foram de todo simpáticos para eles.

Super Mario Galaxy Remastered gameplayImagem capturada por Geekinout.pt

Aventuras galácticas

Após imensas aventuras em que Mario e os seus imensos parceiros e rivais experienciaram no tradicional Mushroom Kingdom, os jogos Galaxy levam-nos para novos locais em jornadas nas quais visitamos galáxias longínquas em busca da princesa Peach que, para não variar, foi novamente raptada pelo temível Bowser. Colecionando as poderosas estrelas ao longo de vários níveis repletos de charme e originalidade, vamos abrindo o caminho em direção ao centro da galáxia para salvar a princesa e meter um travão nos planos do rei dos Koopas. As várias galáxias por onde passamos são o real destaque de ambos os títulos, trazendo consigo diferentes power-ups, desafios de plataformas que me deixaram à luta com a gravidade (e com a câmara) e também uma trilha sonora icónica. As histórias acabam por se repetir em vários pontos durante ambos os jogos, trocando apenas alguns dos nossos aliados e a nossa base de operações entre títulos.

Ao jogar ambos os títulos de forma seguida, a experiência flui de forma perfeita, já que a sequela aplica imensos conceitos do seu antecessor e as mecânicas no seu geral são idênticas, o que pode ser considerado algo bom e mau ao mesmo tempo. Se na altura existiu uma diferença de mais de 2 anos entre lançamentos, o que deu tempo para “desenjoar” do primeiro até chegar a sequela, aqui esse período não existe e, jogando ambos em sequência, as familiaridades são bem notáveis. Várias mecânicas de movimento são idênticas, reaproveitando alguns poderes existentes, ainda que sejam introduzidos também uns novos, alguns inimigos repetidos e uns bosses que acabam por ser bastante semelhantes. É bom em termos de entrarmos em Galaxy 2 com imensa prática já adquirida, mas as “rodinhas de treino” mantém-se através dos vários tutoriais a coisas que tinha aprendido no primeiro jogo, ainda que estes não sejam demasiado intrusivos.

Ainda assim, apesar da familiaridade, a sequela é, na minha opinião, uma boa evolução em termos de reduzir pontos de frustração que estavam bem presentes no antecessor. Coisas como ângulos de câmara erráticos que foram melhorados, níveis que fluem de forma melhor e mecânicas que não resultaram foram melhoradas ou substituídas, além da introdução de Yoshi que acrescenta imenso à jogabilidade. Não é uma sequela perfeita graças a um Hub mais prático, mas menos icónico, a história que não é tão interessante e um gameplay que acaba por não ser tão marcante, limitando-se em grande parte a reforçar apenas aquilo que resultou no primeiro. Ainda assim, a originalidade dos níveis continua em alto plano e carrega a experiência na sua totalidade, mantendo a diversão em grande destaque e raros são os momentos de tédio ou frustração em ambos os títulos.

Conseguindo ser bastante acessíveis em termos de dificuldade a todo o tipo de jogador, nenhum dos dois deixa de oferecer um bom nível de desafio e chances para demonstrar a perícia a controlar o nosso protagonista. Há sempre o debate em relação a qual destes dois clássicos é o melhor, tendo cada um deles pontos diferentes em que se destacam ligeiramente, mas, de forma geral e colocando preferências de parte, ambos os jogos são de alto nível e, mesmo no presente, mantém-se numa boa forma em termos de jogabilidade disfarçando bem a sua idade no mercado.

Mario Galaxy Remastered screenshotImagem capturada por Geekinout.pt

O que estas versões trazem de novo?

Apesar da idade, ambos os Super Mario Galaxy apresentavam visuais que se aguentavam bem mesmo para os padrões de hoje em dia, graças a um estilo de arte animado e colorido que é característico nas tiradas 3D da personagem e continua a ser aplicado nos dias de hoje. Ainda assim, aproveitando para dar uma lavadela à imagem e refinar os visuais, estes remasters trazem consigo uma revolução completa em termos de substituição das texturas antigas por umas de alta resolução que ajudam a modernizar o aspeto de forma geral, aplicadas de forma a não destruir ou diminuir a qualidade visual pretendida originalmente.

Outra adição foi a do modo Assisted, que suaviza a experiência para uma audiência mais jovem, que não tenha muita prática ou que pretenda apenas passar os jogos de forma casual sem grande atrito com a sua dificuldade, aumentando os pontos de vida e salvaguardando o jogador caso este caia das plataformas. Está também disponível uma playlist com a trilha sonora dos jogos, para se poder disfrutar livremente das icónicas sinfonias a bel-prazer.

Além de outras mudanças como a modernização de elementos do UI e adaptação das mecânicas de moção com os JoyCons e touchscreen da consola, estas remasterizações também incluem a adição de novos capítulos do livro de histórias de Rosaline, agora introduzidos em Super Mario Galaxy 2, algo apenas se encontrava no título original. Todas estas alterações tornam estas nas versões definitivas do jogo, num pacote modernizado que traz estas obras primas a um nível de brilho mais atual.

Ainda assim, é uma pena que alguns aspetos da jogabilidade não tenham recebido um maior nível de atenção. As opções de controlo tátil em modo portátil são desconfortáveis de utilizar e os problemas em relação à câmara, principalmente no título original, podiam ter sido melhorados, elevando ainda mais a experiência, algo que infelizmente não aconteceu.

Super Mario Galaxy 2 Remastered screenshotImagem capturada por Geekinout.pt

Visuais modernizados com sucesso, mas…

A nível visual ambos os títulos estão em grande plano, o trabalho feito a nível das texturas conseguiu, com sucesso, trazer ambos os jogos a um nível que dá gosto apreciar em modo Docked e que nem a clássica Wii nem a versão do Galaxy original que está presente Super Mario 3D All-Stars eram capazes de apresentar.

Aliado à melhoria em termos de resolução que sobe para 1080p na Switch 1 e 4K na Switch 2, o nível de fidelidade é muito maior e este quase que se faz passar por um título moderno, apenas falhando num aspeto. Infelizmente, as cinemáticas não receberam o mesmo nível de carinho do resto do jogo e foram apenas upscaled para 1080p, não envolvendo as novas texturas adicionadas, criando assim um contraste quando há o salto entre gameplay e estas cinemáticas.

Em termos de performance o jogo comportou-se muito bem na Switch 2, algo que era expectável, contudo, no modo portátil houveram ocasiões em lutas contra bosses nas quais tive abrandamentos significativos que, felizmente, não duravam mais do que um segundo, mas não deixam de ser um pouco estranhas. Em termos técnicos, tive repetidamente um problema em que, ao executar ações através das moções dos JoyCons, o Mario começava a correr em círculos até que parasse o movimento, regressando à normalidade em seguida.

Prós e contras

PRÓS

  • Visuais remasterizados de alto nível que elevam a experiência a padrões atuais;

  • Resoluções mais elevadas deixam estas icónicas aventuras brilhar devidamente em ecrãs grandes;

  • Galáxias carregadas de charme e originalidade, com trilhas sonoras lindíssimas e que ficam facilmente no ouvido;

  • Jogos que continuam a ser umas verdadeiras pérolas da história de 40 anos do Mario e envelheceram com graciosidade.

CONTRAS

  • Cinemáticas não tiveram o mesmo nível de atenção em relação ao resto do jogo;

  • Jogabilidade poderia ter sido ligeiramente refinada, principalmente no título original.

Um jogo muito bom, que cumpre as expectativas, com grande qualidade técnica e artística. No entanto, pode ter pequenas falhas no design, ritmo ou equilíbrio, ou a ausência de inovação. É uma experiência sólida, recomendada a fãs do género.

Veredicto

Com gráficos modernizados, jogabilidade que no seu geral se aguenta muito bem, uma trilha sonora excelente e um nível de criatividade simplesmente genial, estas remasterizações trazem ambas as pérolas da Nintendo Wii para serem experienciadas por uma nova audiência ou revividas pelos fãs originais. Apesar das cinemáticas não terem recebido o mesmo nível de carinho e ser uma pena que a jogabilidade em si não tenha recebido uns retoques para refinar ainda mais a experiência, estas novas versões são sem dúvida a melhor forma de jogar estes marcos galácticos da história do lendário Super Mario.

Foto de Pedro Gomes - Autor na Geekinout
Autor

Pedro Gomes

Um verdadeiro amante de videojogos desde muito cedo e sendo o seu hobby preferido sempre, o Pedro tenta agora, como um adulto irresponsável, arranjar tempo para uma jogatana quando os seus dois demónios peludos favoritos o permitem.