Xbox Ally X | Teste à bateria — Suficiente para uma viagem de 4 horas?

Uma das diferenças da Xbox Ally X comparativamente à versão anterior, a ROG Ally X, está precisamente na autonomia da bateria. A consola anterior da ASUS oferece uma bateria de 60 Wh, enquanto esta nova versão produzida em parceria com a Xbox aumenta a capacidade para 80 Wh.

Decidi colocar à bateria à prova esta semana numa viagem que realizei de comboio entre Braga e Lisboa. A duração da viagem (4 horas) é excelente para testar a autonomia da bateria num cenário real.

Antes de mais, para realizar o teste e tentar obter a máxima duração da bateria, escolhi um jogo recente, chamado Bye Sweet Carole, mas com uma exigência de hardware baixa. É basicamente um point and click, com bonitos visuais, mas que não coloca stress no hardware da Xbox Ally X.

Definições escolhidas para o teste

Além disso, também visitei as definições e coloquei a consola no modo de consumo mais baixo — modo sleep (13W) — e ativei o modo voo para garantir que o wifi e bluetooth estavam desligados, de forma a aumentar ao máximo a autonomia da bateria.

Tentei limitar a framerate para 60 FPS nas definições do Armory Crate, no entanto, o mostrador incorporado da consola continuava a indicar um rácio de fotogramas superior a 100, o que significa que o limitador integrado não funciona como devido.

Resolvi deixar a resolução definida para 1080p (embora seja possível baixar para 720p). Quanto ao brilho do ecrã, apontei para 80%, o suficiente para não ter que forçar a vista num ambiente com alguma luz, e coloquei o som em 15%, para conseguir ouvir sem importunar os outros passageiros.

Quanto durou a bateria?

Na primeira hora, parecia que a consola ia exceder a prova de duração. Depois de uma hora a jogar, a Xbox Ally X ainda tinha 79%, ou seja, a continuar a este rimo, seria capaz de atingir quase 5 horas, o que seria um bom resultado.

Todavia, na verdade a consola acabou por desligar-se após 3 horas e 29 minutos, apesar de não ter mexido nas definições nem de ter alterado o jogo em nenhum momento.

Tendo em conta que o jogo em questão não era particularmente exigente em termos de desempenho, ficamos com dúvidas sobre onde está o verdadeiro gargalo que impediu que a bateria durasse mais.

Windows 11: o verdadeiro culpado?

Tal como o modelo anterior, a Xbox Ally X utiliza o Windows 11 como sistema operativo. Embora esta escolha ofereça flexibilidade e compatibilidade com o ecossistema completo do PC, também traz um peso adicional para o desempenho e para a bateria.

O sistema da Microsoft não foi desenhado de raiz para uma consola portátil, e isso traduz-se em processos em segundo plano, notificações e gestão de energia pouco adaptada ao formato móvel.

Na prática, isto significa que mesmo quando o utilizador joga títulos leves, há consumo desnecessário de recursos. Sem otimizações profundas, o potencial da consola fica limitado, sobretudo no que toca à duração da bateria.

Ainda que a Xbox Ally X ofereça um Modo Xbox, que é basicamente uma interface mais simplificada e semelhante à de uma consola tradicional, o modo Windows 11 normal está sempre a correr por trás.

É preciso mais do que potência: é preciso eficiência

Para extrair todo o potencial da Xbox Ally X, a Microsoft terá de investir mais na integração entre hardware e software. O Windows 11 precisa de um modo portátil mais agressivo na gestão de energia, semelhante ao que a Valve conseguiu com o SteamOS.

Enquanto isso não acontecer, a consola continuará a sofrer de autonomia inconsistente e aquém do seu verdadeiro potencial.