Microsoft exige uso obrigatório de IA aos funcionários da King, criadora de Candy Crush

A integração da King, criadora do popular e lucrativo Candy Crush, na Microsoft não está a correr da melhor forma.

Segundo uma investigação publicada pelo MobileGamer.biz, vários funcionários relataram que a gigante norte-americana está a impor o uso diário de ferramentas de inteligência artificial em todas as áreas da empresa: desde design a programação, passando até pela gestão.

O objetivo, de acordo com fontes internas, é alcançar uma taxa de utilização de IA de 100% nas tarefas quotidianas.

No entanto, a adoção tem sido baixa e até dentro da própria liderança da King há ceticismo quanto à real utilidade destas ferramentas. “Apenas o ChatGPT tem alguma adesão significativa”, afirmou um funcionário, sublinhando que muitos colegas continuam a desconfiar do impacto da IA no processo criativo.

A ordem da Microsoft surge num contexto já turbulento: em julho, cerca de 200 trabalhadores da King foram despedidos, alegadamente sem consideração pelo desempenho. Entre os visados estavam veteranos com mais de uma década na empresa, e alguns chegaram a ser recontratados semanas depois, revelando a desorganização do processo. Há também relatos de processos legais em curso relacionados com indemnizações, bem como denúncias de líderes tóxicos e de um ambiente interno descrito como “muito negativo”.

Alguns dos funcionários despedidos estão a ser substituídos precisamente pelas ferramentas de IA que ajudaram a desenvolver. “A toxicidade vem da liderança, mas o uso forçado da IA é apenas mais um golpe na moral”, revelou outra fonte ao site.

A nossa opinião

Mais uma vez, a Microsoft mostra o seu lado negativo após fazer aquisições.

Tornar obrigatório o uso de IA não só destrói confiança dos trabalhadores como põe em causa a qualidade criativa de estúdios históricos. Não é a primeira vez que isto acontece... a empresa tem um longo histórico de aquisições seguidas de reestruturações agressivas e desmantelamento de equipas.

O receio agora é que a King, responsável por uma das maiores franquias mobile do mundo, possa acabar na lista de estúdios encerrados pela Microsoft.