Microsoft prometeu não aumentar preços do Game Pass em 2023. Dois anos depois, o Ultimate sobe quase 50%

Em março de 2023, durante o processo de aprovação da aquisição da Activision Blizzard, a Microsoft assegurou aos reguladores britânicos que não iria aumentar o preço do Xbox Game Pass como resultado da fusão. Na altura, a empresa afirmava que uma subida seria “contraproducente”, uma vez que levaria a um maior número de cancelamentos.

Dois anos depois, a realidade é outra. A remodelação anunciada ontem transforma o serviço em três planos distintos – Essential, Premium e Ultimate – e traz o maior aumento de sempre: o Game Pass Ultimate passa de €17,99 para €26,99 por mês em Portugal, um salto de quase 50% (precisamente 49,7%).

Na resposta enviada ao regulador britânico (CMA) em 2023, a Microsoft garantia que “os preços do Game Pass não vão aumentar como resultado da fusão com a Activision”, reforçando que a estratégia era manter o serviço num “preço ajustado à qualidade”, para evitar perder subscritores.

Como exemplo, a empresa recordava que, após a compra da ZeniMax Media em 2021 (Bethesda), adicionou franquias como The Elder Scrolls e Fallout ao catálogo sem mexer nos preços.

A realidade de 2025 é diferente

Dois anos depois, o cenário mudou. A nova estrutura coloca o Game Pass Premium como opção intermédia (12,99 €/mês) e reserva os grandes lançamentos no dia um para o plano mais caro, o Ultimate, agora a 26,99 €/mês.

Além disso, os jogos da franquia Call of Duty também só estarão disponíveis Day One na modalidade Ultimate, podendo demorar um ano até chegarem às modalidades mais em conta do Game Pass.

O plano Ultimate inclui vantagens adicionais como Ubisoft+ Classics e o Fortnite Crew, mas o impacto no preço é inegável. Para quem só quer continuar a jogar com acesso total ao catálogo Xbox, a fatura mensal aumentou quase 50%.

A Microsoft mentiu?

É importante notar que a promessa feita em 2023 estava diretamente relacionada com a fusão com a Activision e não necessariamente com a estratégia a médio prazo. Oficialmente, a Microsoft nunca garantiu que não iria rever preços no futuro.

Ainda assim, o contraste entre as declarações de então e a realidade de agora levanta questões legítimas:

• A subida era inevitável para suportar a inclusão de mais conteúdos e serviços?

• Ou a promessa de 2023 foi apenas uma forma de convencer os reguladores a aprovar a aquisição?

Como resultado do anúncio de ontem, as redes sociais estão inundadas de comentários que afirmam terem cancelado a subscrição ao Game Pass Ultimate. Resta agora esperar para ver qual será o impacto a longo prazo na viabilidade económica do serviço.